Agência Panafricana de Notícias

Presidência cabo-verdiana da CPLP reitera apoio ao Governo legitimo da Guiné-Bissau

Praia, Cabo Verde (PANA) – A presidência da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), exercida atualmente por Cabo Verde, reiterou o seu apoio ao "Governo legítimo da Guiné-Bissau", presidido pelo primeiro-ministro Aristides Gomes.

Um comunicado divulgado em Lisboa, sede da organização comunitária lusófona, defende que este Governo é “fundado em eleições consideradas por todos os observadores e pela comunidade internacional como livres, justas e transparentes” e de uma “genuína expressão da vontade do povo da Guiné-Bissau”.

A CPLP  apela às instituições do Estado, aos partidos políticos e à população da Guiné-Bissau para que “mantenham a calma” e não pratiquem atos que prejudiquem as eleições presidenciais, previstas para 24 de novembro próximo, no país.

A nota da presidência rotativa da organização sobre a situação na Guiné-Bissau destaca que, a três semanas das eleições presidenciais, o país “necessita de paz e estabilidade para concluir o ciclo eleitoral iniciado com as eleições legislativas de 10 de março último”.

A liderança da CPLP “repudia” ainda “os atos de violência observados durante uma manifestação no passado dia 26” de outubro e expressa condolências à família da vítima mortal, que morreu em circunstâncias ainda por apurar.

No mesmo documento, a presidência da CPLP congratula-se com a decisão do Governo da Guiné-Bissau de iniciar um inquérito independente, “instando ao cabal apuramento de responsabilidades” sobre estes atos.

Quanto à decisão do Presidente da República da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, que também é candidato presidencial, de demitir “o Governo legítimo”, a poucos dias das eleições presidenciais, a CPLP considera que esta é uma situação que “causa profunda preocupação” à comunidade internacional e que contribui para o agravamento de “um clima de crispação e instabilidade política”.

Neste sentido, a presidência da CPLP reitera ainda “o seu apoio ao Governo legítimo da Guiné-Bissau, presidido pelo primeiro-ministro Aristides Gomes”.

O Presidente da Guiné-Bissau demitiu, segunda-feira, o Governo liderado pelo primeiro-ministro Aristides Gomes, após uma reunião do Conselho de Estado, justificando a decisão com o que considera “uma grave crise política” que põe em causa “o normal funcionamento das instituições da República” e nomeou para o cargo Faustino Imbali, que tomou posse esta tarde.

José Mário Vaz, que concorre como independente às presidenciais, responsabiliza o Governo pelo agravar da discórdia e desconfiança no processo de preparação das eleições, depois de a repressão de um protesto não autorizado pelo Ministério do Interior, em Bissau, ter causado um morto.

-0- PANA CS/IZ 31out2019