Agência Panafricana de Notícias

Preços de combustíveis aumentam em média 2,7 por cento em Cabo Verde, diz Governo

Praia, Cabo Verde (PANA) – A atualização mensal dos preços máximos dos combustíveis em Cabo Verde, em vigor desde as zero horas de 01 de novembro corrente, traduziu-se num aumento médio de 2,7 por centro no valor de venda da generalidade dos produtos petrolíferos, exceto o fuel que registou uma ligeira descida, apurou a PANA, terça-feira, de fonte segura.

De acordo com uma nova tabela de preços máximos aprovada pela Agência Reguladora Multissetorial da Economia (ARME) e que vai vigorar até 30 de novembro, o litro de gasóleo normal passa a ser vendido em Cabo Verde por 174,50 escudos (1,58 euros), ou seja um aumento de 5,57 por cento, o de gasolina por 144,80 escudos (1,31 euros), um aumento de 4,02 por cento, o de petróleo por 174,80 escudos (1,58 euros), um aumento de 0,40 por cento, e o de gasóleo marinha por 139,50 escudos (1,26 euros), um aumento de 6,08 por cento.

O preço do gasóleo para eletricidade - as centrais de combustíveis fósseis garantem quase 80 por cento da eletricidade produzida no arquipélago - aumenta 5,82 por cento, para 165,40 (1,50 euros) por litro, enquanto o gás butano passa a ser vendido por entre os 469 escudos e os 9.055 escudos (4,24 a 81,88 euros respetivamente), para as garrafas de três a 55 quilos, aumentando por isso 4,24 por cento.

"Tudo somado corresponde a um acréscimo médio dos preços dos combustíveis de 2,77 por cento", refere a ARME.

Quando comparado com o período homólogo de novembro de 2021, a variação média dos preços dos combustíveis corresponde a um aumento de 36,60 por cento e, relativamente à variação média ao longo do ano em curso, corresponde a um acréscimo de 8,9 por cento", acrescenta o regulador.

Em comunicado, a ARME refere que a atualização dos preços máximos dos combustíveis em Cabo Verde levou em conta a introdução de alterações à legislação, nomeadamente sobre a importação, depois de, em abril, maio e junho últimos, o Governo ter suspendido o mecanismo de fixação de preços, face à crise económica provocada pela guerra na Ucrânia.

A atualização dos preços dos combustíveis volta a incorporar alterações às taxas de Direitos de Importação (DI) e de Imposto sobre o Consumo Especial (ICE), aplicadas desde o mês agosto último e em vigor até 31 de dezembro.

A mesma implica a redução da taxa de DI sobre a gasolina de 20 por cento para 10 por cento, e sobre o fuel 180 e 380 de cinco por cento para zero por cento, além de reduzir a taxa de ICE sobre o gasóleo e a gasolina, mudando de 10 por cento para a específica de seis escudos (cinco cêntimos de euro) por litro, recorda a ARME.

O primeiro-ministro de Cabo Verde, Ulisses Correia e Silva, estimou, no final de julho último, em 8.000.000.000 escudos (71.800.000 euros) o investimento do Estado para estabilizar preços de bens essenciais e energia, sem o qual, a seu ver, a inflação ultrapassaria os 11 por cento este ano.

"Sem as medidas de estabilização de preços, a inflação poderia situar-se, este ano, em 11,3 por cento, bem acima dos 7,9 por cento estimados. Medidas de estabilização de preços têm amenizado os impactos sobre os consumidores, as organizações e as empresas", afirmou Ulisses Correia e Silva, na Assembleia Nacional, na abertura dum debate anual sobre o estado da nação, aludindo às consequências da crise inflacionista que afeta o país após a guerra na Ucrânia.

Nos combustíveis, sublinhou, sem as medidas tomadas pelo Governo desde abril último, os aumentos médios poderiam ter-se situado entre os 18 e os 21 por cento", acrescentando que, por causa das medidas, ficaram entre os 2,6 e os 4,1 por cento.

"Evitámos consequências gravosas para as pessoas e as empresas", regozijou-se.

-0- PANA CS//DD 2nov2022