Agência Panafricana de Notícias

Polícia interroga suspeitos dos atentados da Nigéria

Lagos, Nigéria (PANA) – Os nove presumíveis membros da seita extremista islâmica Boko Haram detidos segunda-feira no quadro dos atentados da semana passada que fizeram dezenas de mortos e feridos em Yobe, um Estado do norte da Nigéria, começaram a ser interrogados pela Polícia.

« Começamos a interrogar os suspeitos. Eles fizeram confissões úteis que ajudaram as forças de segurança a determinar as motivações destes ataques mortíferos e a encontrar os que estão ainda em fuga”, revelou o jornal The Nation, que anunciou a detenção dos suspeitos.

« As forças de segurança já perseguem outros suspeitos, que desempenharam igualmente um papel determinante nos atentados de Damaturu e de Potiskum », segundo esta fonte.

O jornal revela que a transferência dos suspeitos para a capital Abuja estava prevista « para interrogatórios mais aprofundados porque a seita podia procurar vingar-se ».

Para além disso, as autoridades nigerianas desdoraram tropas suplementares em Yobe, enquanto informações revelam uma possível transferência por Boko Haram do seu quartel-general de Maiduguri, no Estado vizinho de Borno, para Damaturu, a capital do Estado de Yobe.

Na semana passada, o porta-voz da Força Especial mista baseada em Maiduguri, tenente-coronel Hassam Mohammed, declarou à imprensa que cerca de cinco mil armas foram apreendidas durante buscas efetuadas pelas suas tropas.

Esta operação em curso poderá obrigar Boko Haram a deslocar a sua base.

Pelo menos 150 pessoas terão morrido nos atentados coordenados de Damaturu e Potiskum, sexta-feira passada, que visaram Comissariados de Polícia, pelo menos um banco e igrejas, entre outros alvos.

A Polícia estabeleceu o balanço das vítimas em 53.

Boko Haram reivindicou a responsabilidade por estes atentados e anunciou que vai cometer outros.

A Associação dos Escritores da Nigéria para os Direitos Humanos (HURIWA) declarou que cinco mil pessoas foram mortas por Boko Haram, que lançou a sua campanha armada em 2009 numa tentativa de instaurar a charia (lei islâmica) no norte de maioria muçulmana da Nigéria.

Por seu turno, a organização Human Rights Watch (HRW) sediada em Nova Iorque anunciou terça-feira que 425 pessoas foram mortas pelos rebeldes islamitas desde o início do ano.

-0- PANA SEG/FJG/JSG/MAR/IZ 09nov2011