Agência Panafricana de Notícias

Polícia angolana aborta nova tentativa de contrabando de combustível

Luanda, Angola (PANA) - A Polícia angolana anunciou quinta-feira ter abortado uma nova tentativa de exportação ilegal de gasolina para a vizinha República Democrática do Congo (RDC), a partir da região petrolífera do Soyo, na província nortenha do Zaire.

Segundo o comandante provincial da Polícia Fiscal no Zaire, superintendente-chefe João Tchitombi, foram apreendidos 90 mil litros de gasolina acondicionada em 360 bidões de 250 litros cada que deviam ser transportados para a RDC em três embarcações.

Tchitombi disse à imprensa que a apreensão teve lugar na ilha de Nfuma-Nfuma, no rio Zaire, a nordeste do município do Soyo, numa ação de patrulha das forças da Polícia Fiscal local.

Os ocupantes das três embarcações e membros da tripulação puseram-se em fuga, referiu o comandante da Polícia Fiscal, prometendo que a sua corporação vai continuar a trabalhar "para levar os contrabandistas à Justiça".

“A situação é preocupante. Acho que o combate ao contrabando de combustível não depende apenas da atividade desenvolvida pelos efetivos do Ministério do Interior, mas também do envolvimento de todos”, sentenciou Tchitombi, anotando que a complexidade geográfica do município do Soyo "dificulta as ações da Polícia Fiscal".

O município do Soyo tem 102 ilhas, das quais 65 habitadas maioritariamente por cidadãos congoleses, e 64 canais que dão acesso direto ao curso principal do rio Zaire, num conjunto de espaços navegáveis que, segundo o comandante Tchitombi, "ajudam nas ações de contrabando de combustível para a RDC".

Porém, garantiu, as forças policiais "têm de continuar as operações para desencorajar o contrabando".

Esta é a segunda vez, em menos de duas semanas, que a Polícia angolana apreende grandes quantidades de combustível no município do Soyo antes da sua exportação ilegal para a RDC.

Nos finais do mês passado, 15 cidadãos da RDC foram apreendidos na mesma região com 30 mil litros de combustível que transportavam para o seu país em cinco embarcações de fabrico artesanal.

De acordo com as autoridades policiais, os detidos estavam em situação migratória ilegal e faziam parte da tripulação das cinco embarcações, que, navegando sem matrícula, transportavam o combustível em 102 recipientes de 250, 150 e 25 litros.

Na altura, Rocha Muchinda, um dos presumíveis imigrantes ilegais, disse à imprensa que veio a Angola em resposta a uma chamada de um comerciante angolano, que lhe vendeu a gasolina.

A cumplicidade de alguns cidadãos nacionais tem sido apontada como um dos principais obstáculos aos esforços, neste sentido, das autoridades policiais, que consideram que o combate contra a imigração ilegal "está a ser dificultado por nacionais, que auxiliam e facilitam a obtenção de documentos a indivíduos estrangeiros".

-0- PANA IZ 09julho2012