Agência Panafricana de Notícias

Ping prediz futuro melhor para África

Addis Abeba- Etiópia (PANA) -- O presidente da Comissão da União Africana (UA), Jean Ping, exprimiu-se, domingo em Addis Abeba, optimista de que o futuro de África será globalmente melhor.
Ping falava na abertura da 14ª sessão ordinária da Cimeira dos Chefes de Estado e de Governo da UA na capital da Etiópia.
A Cimeira que termina a 2 de Fevereiro tem por tema principal "O Desenvolvimento das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC)" que são consideradas como essenciais na aceleração do crescimento económico e da integração no continente.
Mas, o discurso do presidente da Comissão da UA foi dominado pelas questões de economia, paz e segurança.
Ele afirmou que o continente conheceu situações políticas e económicas diversas no ano passado.
Ping indicou que a crise financeira mundial afectou duramente o continente, mas alguns países escaparam ao pior e estavam no caminho do relançamento económico.
"Sentimos progressos económicos em alguns países enquanto em outros houve um recuo", acrescentou.
Ele sublinhou que África necessitava de acelerar a integração para juntar as suas potencialidades, notando que isto era importante para conseguir fundos e avançar posições comuns no mundo.
Ele citou as Cimeiras do G-20 e a da Mudança Climática em Copenhaga como ocasiões durante as quais África demonstrou uma real coesão ao adoptar uma posição comum.
Ping notou que progressos foram realizados em alguns domínios, citando vários projectos de infraestruturas regionais que estão em curso ou em concepção.
O presidente da Comissão da União Africana citou os projectos regionais de caminhos-de-ferro na África Oriental, os projectos rodoviários na África Central e os projectos de infraestruturas energéticas na África Austral como exemplos de progressos realizados pelo continente para integrar as suas economias.
Mas ele consagrou uma grande parte do seu discurso aos problemas políticos e militares no continente, sublinhando que eles atrasaram geralmente os progressos comuns.
"A persistência dos conflitos e dos golpes de Estado é um recuo para nós.
Embora progressos importantes tenham sido notados na resolução de alguns conflitos, outros evoluem lentamente", frisou.
Ping afirmou que as crises políticas no Quénia e no Zimbabwe, bem como as guerras no Burundi, na RD Congo e na Côte d'Ivoire evoluíam para uma saída feliz.
Mas, notou que a situação política na Guiné-Bissau, na Guiné-Conakry, na Somália, em Madagáscar e no Sudão, onde subsistia um conflito armado aberto ou uma oposição entre dirigentes que persistiam, estava longe de ser resolvida.
"Devemos fazer face a isto.
Não deveremos ter uma atitude firme e forte para com os golpes de Estado", afirmou, mencionando a Somália como o problema político mais sério ao qual África deve fazer face.
O presidente da Comissão da UA acrescentou que ele esperava que a nova arquitectura de paz e de segurança que África está a construir iria permitir pôr termo aos conflitos intermináveis e consolidar a paz no continente.
A UA declarou 2010 Ano da Paz e Segurança e adoptou em Dezembro passado um pacto de não agressão africano para assegurar a paz no continente.