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Peritos abordam em Cabo Verde criação de infraestruturas de conexão na CEDEAO

Praia, Cabo Verde (PANA) - Uma reunião do comité ministerial de gestão e de peritos do projeto corredor Praia-Dakar-Abidjan, sobre a criação de infraestruturas de conexão entre todos os países da Comunidade Económica dos Estados da Africa Ocidental (CEDEAO), realiza-se esta quinta-feira, na cidade da Praia, apurou a PANA no local de fonte segura.

O encontro, que reúne técnicos e ministros de Cabo Verde, Côte d'Ivoire, Gâmbia, Guiné-Bissau, Guiné-Conakry, Serra Leoa, Libéria e Senegal, tem na agenda a revisão do progresso de implementação do programa, a discussão e a projeção da componente da ligação marítima, a revisão do cronograma de implementação e a conclusão da elaboração dos termos de referência para a realização de estudos de preparação do projeto.

O programa de desenvolvimento do corredor Praia-Dakar-Abdjan prevê a criação de infraestruturas de conexão em transporte entre os países da CEDEAO, nomeadamente uma autoestrada entre Dakar e Abidjan e a criação de capacidades para uma boa ligação marítima entre Cabo Verde e o continente, através do Porto de Dakar.

Segundo o presidente do comité técnico, Mamadou Camara, este fórum vai permitir traçar linhas gerais entre diferentes países e favorecer a emergência técnica do projeto, depois de, em junho próximo, os técnicos terem iniciado a elaboração dos termos de referência relativos ao desenvolvimento desse corredor.

“Outras atividades já foram realizadas pelo que essa reunião da Praia visa essencialmente fazer o ponto da situação das atividades com os parceiros financeiros, nomeadamente o BAD, o BADEA (Banco Africano para o Desenvolvimento em África)”, disse Aquele responsável, quando falava na abertura da reunião dos técnicos especialistas, em prelúdio à reunião do Comité Ministerial de Gestão e Peritos do projeto.

Realçou, sobretudo, para a componente marítima, que, a seu ver, representa “um elemento importante dessa cadeia”.

Por sua vez, o comissário da CEDEAO para área das Infraestruturas, Pathe Gueye, que participará no encontro, realçou terça-feira, na cidade da Praia, a importância do projeto Corredor Praia-Dakar-Abidjan para o reforço da integração da região oeste-africana.

Recordou que, em dezembro de 2018, os Chefes de Estado e do Governo do Senegal, da Gâmbia, da Guiné-Bissau, da Guiné Conakry, da Serra Leoa, da Libéria e da Côté d’Ivoire assinaram o tratado que já fornece um quadro regulamentar e funcional para a implementação do projeto.

Pathe Gueye disse esperar que, do encontro da Praia, o afinar das estratégias para a “implementação rápida” desse projeto importante para a CEDEAO e também para os Estados membros da comunidade.

Segundo o comissário, falta agora mobilizar financiamentos do projeto mas   pedidos já foram enviados a parceiros técnicos e financeiros, como o BAD (Banco Africano de Desenvolvimento), a NEPAD (Nova Parceria Para o Desenvolvimento de África), a União Europeia, os Países Baixos, o BIDC (Banco de Investimentos e de Desenvolvimento da CEDEAO), para a mobilização da parte financeira com vista à elaboração do mesmo.

Ao proceder a abertura da reunião de peritos, o secretário de Estado de Economia Marítima de Cabo Verde, Paulo Veiga, classificou o projeto como “um dos maiores projetos” de infraestruturação e integração da região oeste-africana.

Na sua perspetiva, a execução do mesmo vai proporcionar à comunidade regional de países a oportunidade primeira de promover a verdadeira integração dos Estados membros, em todas as suas vertentes.

Neste sentido, ele garantiu que Cabo Verde, enquanto país arquipelágico, membro da CEDEAO e parte do corredor, dará todo o apoio necessário para a boa execução desse projeto.

“O reforço desse processo de integração é hoje uma condição central na construção de uma plataforma sólida e de convergência de interesse para que a nossa regional possa assumir-se, no plano internacional, como um verdadeiro centro de soluções globais”, sustentou.

Segundo o político cabo-verdiano, um sistema integrado de transporte assegurará uma maior e melhor articulação regional, melhores sinergias entre os fluxos e as redes no espaço e melhor intermediação entre produtores e mercados, reduzindo assim os custos e minimizando o tempo entre a produção e distribuição do produto, assim como a satisfação das necessidades económicas sociais e cooperativas.

“Esses objetivos vão permitir a redução significativa dos custos de transportes e do tempo de trânsito, aumentando, de forma muito positiva, a competitividade da economia de todos os países regionais, proporcionado ainda o incremento do investimento e a redução da pobreza”, realçou Paulo Veiga.

-0- PANA CS/DD 20março2019