Agência Panafricana de Notícias

Partido no poder refuta acusações de PM zimbabweano

Harare- Zimbabwe (PANA) -- O partido do Presidente zimbabweano, Robert Mugabe, União Nacional Africana do Zimbabwe-Frente Patriótica (ZANU-PF), anunciou segunda-feira ter decidido ignorar o boicote de algumas actividades governamentais pelo primeiro-ministro Morgan Tsvangirai, principal parceiro do Governo de Coligação que dirige actualmente o Zimbabwe.
O primeiro-ministro suspendeu a participação do seu partido nas actividades governamentais bem com nos trabalhos que ele realizava de maneira conjunta com o partido de Mugabe, acusando o Presidente de desrespeitar algumas disposições do acordo de partilha do poder concluído no ano passado.
Em particular, Tsvangirai acusou Mugabe de ordenar a detenção e a perseguição dos membros do seu partido e de proceder a nomeações unilaterais para postos chaves do Governo.
Tsvangirai esteve à beira da sua retirada do Governo de Coligação formado em Fevereiro último após a assinatura do acordo de partilha do poder em Setembro do ano passado.
Mas o porta-voz de Mugabe, George Charamba, declarou que o partido no poder continuaria a dirigir o país ignorando o boicote do primeiro- ministro.
"É apenas um barulho que não significa nada", indicou o responsável zimbabweano, fazendo alusão à decisão de Tsvangirai de suspender a sua participação nas actividades governamentais.
"Como vocês poderão certamente vê-lo terça-feira, a sessão do Conselho de Ministros terá lugar.
O programa desta reunião foi comunicado e as decisões que deverão ser tomadas sê-lo-ão.
Um Governo não funciona com base num quórum", sublinhou.
Mugabe, que dirige o Zimbabwe há cerca de 30 anos, ainda não comentou a decisão de Tsvangirai, que parece ser o primeiro sinal sério de conflito no seio do Governo de Coligação.