Agência Panafricana de Notícias

Partido no poder em clara vantagem nas legislativas no Zimbabwe

Harare, Zimbabwe (PANA) - A ZANU-PF, atual partido no poder no Zimbabwe, lidera a contagem dos votos das eleições parlamentares de segunda-feira, ao conquistar mais de 70 porcento dos assentos até agora anunciados, segundo a televisão estatal ZBC.

A ZBC (Zimbabwe Boradcasting Corporation) indicou quarta-feira que dos 153 assentos divulgados pela Comissão Eleitoral do Zimbabwe (ZEC, sigla em inglês), a ZANU-PF (União Nacional Africana do Zimbabwe - Frente Patriótica) venceu 110 contra 41 conquistados pela aliança do Movimento para a Mudança Democrática (MDC, oposição).

Por seu lado, o National Patriotic Front (NPF, Frente Patriótica Nacional), um pequeno partido da oposição, obteve um assento parlamentar, enquanto o candidato independente Temba Mliswa reivindica também um lugar em Norton.

Contudo, a ZEC ainda não divulgou nenhum resultado do escrutínio presidencial Comissão, quando a aliança do MDC afirma que o seu candidato, Nelson Chamisa, ganhou a eleição.

Chamisa disse nas primeiras horas de terça-feira que obteve uma "retumbante vitória" e que estava pronto para formar o próximo governo no Zimbabwe.

"Uma vitória retumbante (...) Agora temos resultados da maioria das mais de 10 mil assembleias de voto. Tivemos resultados extremamente bons. Estamos à espera que a ZEC cumpra o dever constitucional de anunciar oficialmente os resultados das eleições do povo e estamos prontos para formar o próximo governo", escreveu na sua conta Twitter.

Tendai Biti, um outro responsável da aliança do MDC, disse seguidamente durante uma conferência de imprensa, no mesmo dia, que Chamisa ganhou o escrutínio e que havia uma "clara tentativa" do partido no poder para "interferir na vontade popular".

Na mesma ocasião, advertiu a ZANU-PF contra atos suscetíveis de "mergulhar o Zimbabwe no caos".

Diante de tais reivindicações da oposição e algumas cifras postadas nas redes sociais, a presidente da ZEC, Priscilla Chigumba, aconselhou todos os Zimbabweanos a desconsiderar quaisquer resultados não anunciados pela sua Comissão.

Chiguma foi citada pela ZBC como tendo afirmado, numa conferência de imprensa, terça-feira, que a contagem e verificação dos votos estavam em várias fases e que a Comissão estava confiante de que todos os resultados seriam anunciados no prazo legal de cinco dias no máximo.

Sobre a credibilidade da votação, ela disse estar "absolutamente confiante de que as eleições não foram viciadas e queremos mostrar ao mundo que não vamos roubar ou subverter a vontade do povo".

Os Zimbabweanos foram chamados às urnas, segunda-feira, para eleger um novo Presidente, novos 210 deputados e mais de nove mil conselheiros municipais.

Concorreram 23 candidatos presidenciais e o vencedor deve obter mais de 50 porcento dos votos sob pena de se realizar uma segunda volta entre os dois primeiros, a 8 de setembro próximo.

Os principais candidatos são Chamisa, de 40 anos de idade, e o Presidente cessante, Emmerson Mnangagwa (75 anos), e todos já se declararam confiantes na vitória.

Esta é a primeira vez, desde a Independência do país em 1980, que o Zimbabwe realiza eleições democráticas sem Robert Mugabe como candidato.

Depois de conduzir o país à Independência da Grã-Bretanha, Mugabe foi destituído numa revolta popular liderada pelo Exército e apoiada pelos veteranos de guerra, pelo seu próprio partido ZANU-PF e pelas massas que invadiram as ruas de várias cidades do país a exigir a sua renúncia.

-0- PANA IZ 02agosto2018