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Países africanos e parceiros abordam integração de TIC na educação

Túnis, Tunísia (PANA) - A integração das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) na educação e na formação em África está a ser debatida desde esta segunda-feira em Túnis, num fórum ministerial que reúne decisores políticos, peritos, representantes de parceiros de desenvolvimento e do setor privado, constatou a PANA na capital tunisina.

O Fórum Ministerial Africano sobre a Integração das TIC na Educação e na Formação, o primeiro do género, visa ajudar os decisores políticos, representantes dos organismos de desenvolvimento e do setor privado a adotar políticas eficazes e pertinentes de inserção das TIC para acelerar de maneira estratégica a transformação dos seus sistemas de educação e de formação.

Ele tem igualmente como objetivo criar uma plataforma de diálogo de alto nível entre os diferentes atores para que eles tenham uma compreensão comum das possibilidades oferecidas pelas TIC e das políticas estratégicas a adotar para a sua utilização eficaz pelos sistemas de educação e de formação.

Segundo os organizadores do evento, os sistemas educativos em África enfrentam inúmeras dificuldades com 30 milhões de crianças em idade escolar no nível primário fora do sistema de ensino e a penúria de mais de 30 porcento (mais de um milhão) de professores.

A reunião é conjuntamente organizada pela Associação para o Desenvolvimento da Educação em África (ADEA), pelo Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) e pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO).

Outros parceiros envolvidos na iniciativa são a Organização Internacional da Francofonia (OIF) e a empresa americana de informática e tecnologia Intel, num encontro organizado sob os auspícios do Ministério da Educação da Tunísia.

Falando na abertura da reunião de três dias, o vice-presidente da Intel, John Davies, afirmou que a sua empresa de informática e tecnologia apoia 24 países em África com iniciativas de educação e de formação na área das TIC.

Adiantou que a Intel apoia programas de educação e de formação, nomeadamente na África do Sul, na Nigéria, no Quénia, na Líbia, em Marrocos e no Senegal, onde ela ajudou estudantes a adquirir computadores dando garantias para o acesso a empréstimos bancários, visto que as taxas de juros eram muito elevadas.

John Davies disse que a Intel pretende alargar o programa para mais estudantes em África, onde a sua empresa assegurou a formação de 1,3 milhão de professores no domínio das TIC.

O vice-presidente da Intel indicou que a nível mundial 150 milhões de estudantes usaram soluções de aprendizagem e 100 milhões de professores foram formados com apoio da sua empresa.

Precisou que a Intel ajuda a criar capacidades para os professores e os alunos fornecendo computadores que param de funcionar se forem usados fora das escolas porque as máquinas são exclusivamente concebidas para uso escolar.

Intervieram ainda na sessão de abertura Bakary Savadogo, chefe da Divisão de Educação do BAD; Fengchum Miao, especialista de programa de TIC na educação da UNESCO; e Ma-Umba Mabiala, diretor da educação e juventude da OIF.

O diretor dos assuntos gerais de África da Intel, Moise Leye, e o secretário executivo interino da ADEA, Hamidou Boukary, também estiveram entre os oradores, que, nas suas alocuções exprimiram todos o compromisso das suas instituições em apoiar a introdução das TIC nos países africanos.

Durante a cerimónia de abertura, os participantes observaram um minuto de silêncio em memória do ex-Presidente sul-africano, Nelson Mandela, falecido quinta-feira passada na sua casa em Joanesburgo, aos 95 anos, após prolongada doença.

Os participantes no fórum deverão tomar conhecimento de diversas experiências no domínio da integração das TIC de países de África e de outras regiões do mundo, nomeadamente da Guiné-Bissau, da Côte d'Ivoire, do Senegal, da Tunísia, do Quénia, de Madagáscar, do Níger, do Uganda, de Portugal, do Líbano e da Argentina.

-0- PANA TON 09dez2013