Agência Panafricana de Notícias

PAICV recomenda adesão de Cabo Verde ao Plano Marshall com África

Praia, Cabo Verde (PANA) - A presidente do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, oposição), Janira Hopffer Almada, defendeu a adesão do país ao Plano Marshall com África, criado em 2006 pela Alemanha com o propósito de estimular investimentos privados e criar empregos em países africanos.

Janira Hopffer Almada falava em conferência de imprensa, terça-feira, na cidade da Praia, para fazer o balanço da recente missão de quatro dias que efetuou à Alemana com o objetivo principal de conhecer iniciativas deste país que “apostam na economia em África”.

Ela considerou que este é um programa que pode ajudar os agricultores cabo-verdianos a aumentar os seus rendimentos.

Nesse sentido, ela inteirou-se desta iniciativa do Governo alemão, que está aberta a todos os países africanos que trabalham, de forma sustentável, visando a melhoria das condições básicas para os investimentos privados.

A líder da oposição em Cabo Verde recordou que o Plano Marshall com África, que prevê um planeamento a longo prazo para estimular investimentos privados no continente negro, “já suscitou interesse de vários países africanos, como a Cote d’Ivoire, o Rwanda, o Senegal, Marrocos e a Tunísia.

Janira Hopffer Almada acrescentou que, logo a seguir ao lançamento do programa, o ministro alemão da Cooperação Económica e Desenvolvimento lançou este programa, dotado de um pacote inicial de 300 milhões de euros.

“Esta iniciativa pode ser muito interessante para o nosso país, uma vez que defendemos uma cooperação em nível de igualdade, baseada no interesse e vontade mútuos”, afirmou.

A presidente do principal partido da oposição de Cabo Verde acredita que o país pode ter interesse em aderir a esta iniciativa e, nesse sentido, apelou ao Governo para que trabalhe e faça diligências para melhor conhecer este plano para África.

Como exemplo concreto dos ganhos que esta iniciativa já trouxe para vários países africanos, Janira Hopffer Almada referiu o comércio da castanha do caju, projeto com um investimento inicial de 50 milhões de euros que está a ser desenvolvido em vários países como o Benin, a Cote d’Ivoire e Moçambique.

O programa já beneficiou cerca de 400 mil agricultores que que viram duplicado o seu rendimento.

“A produção é aumentada, o beneficiamento é melhorado, a comercialização é profissionalizada e a exportação cresce e a renda das pessoas aumenta”, disse.

Janira Hopffer Almada apelou ao Governo para que “analise a possibilidade de aderir a esta iniciativa a que muitos países africanos já aderiram e que já tem impactos concretos e positivos na vida de muita gente”.

“A nossa ideia é uma cooperação em nível de igualdade, baseada em vontade e interesses mútuos”, afirmou, sublinhando que o PAICV, partido que governou Cabo Verde, entre 2011 e 2016, entende que as soluções de investimento privado que ocorram no arquipélago estimuladas por outros países também devem envolver o setor estratégico nacional.

Ela revelou também que existe uma relação de cooperação, que está a ser reforçada ao nível político e partidário entre o PAICV e o Partido Social Democrata (SPD) que integra, com 154 anos de existência e um dos que integram a coligação governamental com a União Democrata-Cristã (CDU), liderada pela chanceler Angela Merkel.

“O que queremos é, através das nossas relações de cooperação, com os partidos da mesma família política do PAICV (Internacional Socialista), contribuirmos para a qualificação da democracia”, adiantou.

Nessa missão de quatro dias à Alemanha, a delegação do maior partido da oposição, chefiada por Janira Hopffer Almada encontrou-se com diversas personalidades do Parlamento alemão, do SPD e da Fundação Friedrich Ebert para intercâmbio e trocas de experiências em várias áreas.

-0- PANA CS/IZ 29nov2018