Agência Panafricana de Notícias

Oxfam contra proposta financeira da UE sobre mudanças climáticas

Lusaka- Zâmbia (PANA) -- A sugestão da União Europeia (UE) para um financiamento público mundial de entre 22 e 50 biliões de euros por ano para permitir aos países em desenvolvimento fazer face às mudanças climáticas está aquém do necessário, defendeu este fim-de- semana a Organização não Governamental Oxfam.
A Oxfam indicou que o maior montante previsto, 50 biliões de euros por ano, representava menos de metade da soma necessária para os países em desenvolvimento para lhes permitir adaptar-se às mudanças climáticas e garantir um futuro com fracas taxas de carbono.
A Oxfam indicou, por outro lado, que o anúncio feito sexta-feira em Bruxelas contribuiu para atrair a atenção internacional sobre os Estados Unidos.
"Os Estados Unidos devem doravante juntar-se à UE para discutir as medidas de financiamento concretas e a cimeira entre os Estados Unidos e a UE da próxima semana é a oportunidade perfeita para começar" declarou, num comunicado, a responsável da Representação da Oxfam Internacional para Bruxelas, Elise Ford.
Segundo a ONG, os chefes de Estado da UE não deram uma percentagem concreta da parte da Europa a este total, mas indicaram que ela estaria baseada na sua parte verdadeira de responsabilidade pelas emissões e na sua capacidade de pagar.
A Comissão Europeia indicou precedentemente que estes critérios provocariam uma contribuição da UE compreendida entre os dois e 15 biliões de euros por ano.
A Oxfam propõe que a Europa conceda 35 biliões de euros de financiamento público, "com uma contribuição comparável dos Estados Unidos" a um fundo mundial para o clima de cerca de 110 biliões de euros por ano.
"A proposta da Europa é insuficiente e apresenta uma falha, pois não garante que este dinheiro será novo e não desviado doutras promessas de ajuda", defendeu Ford.
"Não se trata dum verdadeiro progresso para o acordo sobre o clima.
A táctica de negociação da Europa é a mesma que a que ela utilizava no quadro das suas negociações comerciais", prosseguiu a responsável da Representação da Oxfam Internacional para Bruxelas.