Agência Panafricana de Notícias

Oposição santomense denuncia escândalo financeiro no Governo de Gabriel Costa

São Tomé, São Tomé e Príncipe (PANA) - O partido da Ação Democrática Independente (ADI, oposição) introduziu no Ministério Publico uma denúncia de atos de corrupção alegadamente protagonizados pelo ministro do Comércio e pelo seu diretor de gabinete, favorecendo a título excecional a firma dum empresário e político, em detrimento de outros comerciantes, num negócio de compra do arroz em que o Estado terá sido lesado.

A ADI, maior força política da oposição santomense, pede que o ministro do Comércio, Demóstenes da Almeida, e o seu diretor de gabinete, Wilson Monte Verde, sejam condenados por crimes de burla simples, administração danosa, abuso de poderes e de participação económica.

Ela sustenta a sua denúncia com vários documentos "comprovativos" que indiciam o favorecimento à firma “Modelo” do secretário-geral do PCD (Partido de Convergência Democrática), Delfim Neves, na compra do arroz para abastecer o mercado, em detrimento dos outros potenciais comerciantes.

O titular da pasta do Comércio e Wilson Monte Verde justificaram o ajuste direto à empresa Modelo pela "urgência no fornecimento do arroz", tendo fixado 90 dias a contar de 4 de maio passado, quando, segundo a acusação, "não havia rotura de stock do produto no país".

De acordo com o documento a que a PANA teve acesso, a contratada, “Modelo Alimentação Neves”, deveria colocar no país três mil toneladas de arroz, mas que, até à presente data, importou apenas 750 toneladas.

Os ilícitos imputados ao ministro e ao seu diretor associam-se ao facto de este último ter recusado a proposta de uma outra empresa que desejava colocar no mercado um produto de melhor qualidade.

A denúncia acrescenta que, a despeito de reconhecerem o facto de o produto colocado no mercado pela firma do secretário-geral do partido a que eles também pertencem ser de baixa qualidade, "não agiram segundo a lei".

Para além da adjudicação direta os 18 mil sacos de arroz importados teriam saído do porto sem que a firma pagasse ao Estado as taxas aduaneiras, entre outros impostos devidos aos cofres do Estado, num negócio em que a firma de Delfim encaixou 607 mil e 300 dólares americanos.

-0- PANA RMG/IZ 01junho2013