Agência Panafricana de Notícias

Oposição mauritana denuncia desaparecimento de conquistas democráticas

Nouakchott- Mauritânia (PANA) -- Os responsáveis da Coordenação da Oposição Democrática (COD), aliança de nove partidos, denunciaram um desaparecimento das conquistas democráticas e uma deriva ditatorial sob o regime do Presidente mauritano Mohamed Ould Abdel Aziz, eleito, a 18 de Julho de 2009.
Mohamed Ould Maouloud, presidente cessante da coordenação da oposição e presidente da União das Forças do Progresso (UFP), descreveu a imagem "duma ditadura rasteira" cujo líder, Mohamed Ould Abdel Aziz, "asfixia todas as manifestações de espírito de independência ou veleidades de autonomia violando sistematicamente o espírito republicano e as leis".
Ele citou os casos do governador do Banco Central da Mauritânia (BCM) e do presidente do Tribunal Supremo "demitidos das suas funções sem concluir os seus mandatos de cinco anos cada de acordo com a lei".
Messaoud Ould Boulkheir, novo presidente da nova coordenação, e presidente da Assembleia Nacional, denunciou, por sua vez, "injustiças piores do que todas as que os Mauritanos endureceram sob os regimes precedentes, várias assimetrias, a manipulação da Justiça para fins de ajuste de contas.
Ele instou o povo a mobilizar-se para fazer respeitar os seus direitos e barrar o caminho à ditadura".
A título de exemplo de manipulação da Justiça, ele citou o caso dos ex- directores da companhia aérea nacional Air Mauritanie, mantidos em detenção em Maio último, enquanto se aguardava pela assinatura do acordo político de Dakar, apesar dum acórdão do Tribunal Supremo que ordenou a liberdade dos mesmos.
Ele referiu-se ainda ao caso dum jornalista, Hanefi Ould Dehah, director de publicação dum órgão electrónico designado Taqadoumy que continua detido após a expiração da pena de seis meses a que tinha sido condenado em Julho de 2009.
A nova coordenação da oposição anunciou quarta-feira à noite a sua firme determinação a lutar contra todas estas práticas e tantas outras, de má gestão económica, que o poder instituído tenta afogar num discurso populoso de luta contra o desperdício.