Agência Panafricana de Notícias

Oposição contra revisão constitucional na Guiné Conakry

Conakry, Guiné (PANA) – Manifestações de rua realizar-se-ão nas ruas de Conakry,  cidade capital, e das cidades do interior do país contra a revisão da Constituição, anunciou segunda-feira um partido da oposição, a Frente Nacional para a Defesa da Constituição (FNDC).

Numa declaração transmitida à PANA segunda-feira, no termo duma reunião, que agrupou vários líderes de partidos da oposição, a FNDC apela assim ao povo da Guiné Conakry para se mobilizar massivamente a fim de exprimir a sua oposição total ao projeto dum terceiro mandato do Presidente da República, Alpha Condé.

Para o efeito, a FNDC exorta operadores económicos, estabelecidos no território guineense, a absterem-se de qualquer atividade na próxima segunda-feira.

Instou detentores de meios rolantes privados ou públicos serem extremamente prudentes.

A estrutura composta por partidos políticos de oposição e por atores da sociedade civil apela igualmente às companhias mineiras, aos bancos, às fábricas, às gasolineiras, entre outros, para suspenderem qualquer atividade durante as manifestações.

A FNDC recusou-se a participar nas concertações nacionais sobre questões de interesse nacional lideradas, a pedido do chefe do Estado, pelo primeiro-ministro,  Ibrahima Kassory Fofana, que recebeu sucessivamente vários partidos políticos do maioria presidencial e da oposição, atores da sociedade civil, bem como associações de jovens, entre outras partes.

As concertações terminaram na semana passada na Primatura, onde o chefe do Governo anunciou entregar brevemente um relatório sobre estes encontros ao chefe do Estado, referiu.

Segundo a FNDC, estas concertações apenas são “uma farsa dissimulada” sob a forma duma consulta que apenas foi uma manobra dilatória destinada a servir de pretexto com vista a legitimar o processo de golpe de Estado constitucional empreendido pelo regime no poder na Guiné Conakry.

Recentemente, a Organização Não Governamental (ONG) internacional, Human Rights Watch (HRW) lembrou ao Governo, que havia interditado, desde 2017, as manifestações de rua, o direito dos cidadãos a manifestarem-se.

Escvaramuças já eclodiram entre opositores e defensores do referendo para uma nova Constituição e fizeram, em alguns pontos do país, vários feridos, indica-se.

-0- PANA AC/BEH/MAR/DD 07out2019