Agência Panafricana de Notícias

ONU sublinha necessidade de compromisso coletivo para crise líbia

Trípoli, Líbia (PANA) - A representante especial do Secretário-Geral das Nações Unidas na Líbia, Tetteh, defendeu a necessidade de um compromisso coletivo da comunidade internacional para apoiar os esforços líbios para acabarem com a crise no país, soube a PANA de fonte oficial.

Tetteh degendeu esta tese, quarta-feira em Tripoli, quando co-presidia com o embaixador da Alemanha na Líbia, Ralf Tarraf, a uma reunião dos presidentes dos grupos de trabalho do Processo de Berlin, a fim de examinar a prossecução dos esforços envidados para revitalizar  este processo, dando ênfase aos quatro grupos de trabalho (nas vertentes económica, securitária, política, do direito internacional humanitário e dos direitos humanos).

A representante especial de Antório Guterres (Secretário-Geral das Nações Unidas) baseou-se “nos múltiplos desafios  com que estamos confrontados devido a dimensões políticas, económicas, securitárias e dos direitos humanos interdependentes na Líbia.”

Acrescentou que estes grupos de trabalho renovados oferecem uma plataforma apropriada.

Com base numa última reunião dos altos funcionários do Comité Internacional de Acompanhamento sobre a Líbia, decorrida a 20 de junho de 2025, a reunião de quarta-feira última foi a ocasião de examinar as conquistas e as lições tiradas desde a criação dos grupos de trabalho, no rescaldo das Conferências de Berlim sobre a Líbia de  2020 e 2021, lê-se num comunicado publicado esta quinta-feira pela Missão de Apoio das Nações Unidas na Líbia (MANUL) .

Participaram neste encontro os co-presidentes dos grupos de trabalho da União Africana, da Argélia, do Egito, da União Europeia, da França, da Alemanha, da Itália, da Liga dos Estados Árabes, da Suíça, dos Países Baixos, da Turquia,do Reino Unido, dos Estados Unidos e da MANUL, indica o mesmo texto.

Os participantes abordaram aspetos ligados aos meios de reforçarem a flexibilidade e a eficácia destes grupos de trabalho a fim de os adaptarem à evolução da situação no terreno, na Líbia, e coordenarem melhor os esforços de apoio ao processo político facilitado pela MANUL.

A primeira conferência de Berlin, ocorrida a 19 de janeiro de 2020, estabeleceu um mecanismo de negociações que permitiu relançar o processo político na Líbia, enquanto a segunda, chamada de "Berlin II" de 23 de junho de 2021, visa promover a conclusão do mesmo processo através da implementação do roteiro do diálogo líbio, em particular a organização de eleições de 24 de dezembro do mesmo ano, a partida de mercenários estrangeiros, bem como a unificação do Exército Nacional e a realização da reconciliação nacional.

Trata-se de objetivos não alcançados, particularmente as eleições gerais, devido à persistência das divergências entre protagonistas da crise líbia.

O Processo de Berlim tem como finalidade unir a comunidade internacional em torno do caso líbio a fim de encontrar uma solução política para esta crise que sacode o país desde 2011.

Incumbe-lhe sobretudo levar países estrangeiros a desengajarem-se pondo fim às suas ingerências neste país rico em petróleo da África do Norte e retirando-se completamente, porque a sua presença só aumenta a tensão e impede a prossecução do processo político líbio.

O mesmo fórum agrupa os cinco países membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas, precisamente a China, os Estados Unidos, a França, a Grã-Bretanha e a Rússia.

Juntam-se a eles a Itália, a Turquia, os Emirados Árabes Unidos, o Egito, a Argélia, a Tunísia e o Congo Brazzaville, assim como as Nações Unidas, a União Africana, a Liga dos Estados Árabes e a União Europeia.

-0- PANA NYJSG/DD 31julho2025