Agência Panafricana de Notícias

ONU elogia Cabo Verde por compromisso com Agenda2030 de desenvolvimento

Praia, Cabo Verde (PANA) - O processo de implementação da estratégia para o desenvolvimento sustentável em 2030 em Cabo Verde é assumido tanto pelo Governo anterior do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV) como pelo atual suportado pelo Movimento para a Democracia (MpD), anunciou segunda-feira na cidade da Praia o diretor do Centro Rio+ das Nações Unidas, Rômulo Paes de Sousa.

Paes de Sousa fez estes pronunciamentos na semana finda, à imprensa em Cabo Verde, quando apresentava, em detalhe, ao governo 17 objetivos da Agenda 2030, em vigor desde 01 de janeiro e em fase inicial de implementação em 193 países.

"É um país que está na frente neste tema e a alternância política não alterou o compromisso”, regozijou-se o funcionário onusino, sublinhando também que “a sociedade civil também está muito informada e participa de uma forma propositiva e crítica, como convém".

O médico e epidemiologista brasileiro, que desde 2013 dirige o centro Rio+ da Organização das Nações Unidas (ONU), considera “essencial” o compromisso assumido pelos países, numa altura em que, frisou, ainda se está a começar o processo de implementação da Agenda 2030, herdeira dos 15 Objetivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM), cujo prazo terminou em 2015.

O diretor do Centro Rio+ das Nações Unidas, um dos seis centros globais de excelência do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), defende que, em relação aos ODM, a Agenda 2030 "dá um passo adiante" no combate à pobreza, assumindo como grande desafio a sua erradicação.

"Esta agenda é maior, mas qualitativamente diferente porque procura tratar de uma forma mais equilibrada as dimensões económica, social e ambiental", afirmou De Sousa, precisando que as 17 metas estabelecidas até 2030 se aplicam a todos os países e não apenas aos Estados em desenvolvimento.

"A agenda 2030 guarda uma relação importante com a agenda anterior continuando a colocar em primeiro lugar o combate à pobreza, só agora de uma forma mais radical, bem como a erradicação da extrema pobreza. Dá um passo adiante em relação à agenda anterior que falava em redução da pobreza", disse Paes de Sousa.

Ele considera ainda que, apesar de, em muitos casos, a implementação dos ODM estar longe de ser satisfatória, a experiência permitiu concluir que é possível estabelecer "metas ousadas e ambiciosas" num prazo de 15 anos.

"Esta é uma agenda de transformação, não só de transformação de políticas públicas, mas de transformação de mercados, tanto na lógica da produção como de consumo, mas estamos otimistas em relação à sua implementação e o que vimos em Cabo Verde deixa-nos mais otimistas ainda", elogiou o responsável.

-0- PANA CS/DD 04julho2016