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ONU e UA instadas a enviar força militar para pôr fim à crise na Guiné-Conakry

Addis Abeba- Etiópia (PANA) -- O Grupo de Contacto Internacional sobre a Guiné- Conakry (GCIG) apelou quarta-feira à União Africana (UA) e à Organização das Nações Unidas (ONU) para enviarem uma força mista militar e civil para a Guiné-Conakry a fim de supervisionar o regresso a um regime civil neste país através da realização das eleições dentro de seis meses.
Esta estrutura, composta por representantes da UA, da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) e da ONU, sugeriu que uma força militar internacional fosse desdobrada com urgência na Guiné-Conakry para ajudar a restruturar o Exército também.
A Guiné-Conakry mergulhou numa crise política na sequência da morte do Presidente Lansana Conté, quando um grupo de soldados, liderado pelo capitão Moussa Dadis Camara, tomou o poder neste país da África Ocidental, o que lhe valeu a suspensão da UA.
A organização continental criou o Grupo de Contacto para facilitar as negociações políticas que deverão culminar na realização das eleições legislativas e presidenciais livres e transparentes.
No entanto, a junta conakry-guineense recusou-se a cooperar com a UA e com os seus líderes, o que valeu à Guiné-Conakry sanções direccionadas.
Num comunicado divulgado no termo da sua 10ª reunião em Addis Abeba, o Grupo de Contacto indica que as três organizações (UA, ONU, CEDEAO) devem iniciar imediatamente negociações com o Governo de Transição conakry-guineense a fim de facilitar o desdobramento desta força.
"O Grupo instou todos os parceiros da Guiné-Conakry a apoiarem todas estas iniciativas e a conceder a assistência necessária para sua aplicação", indicou.
Falando durante a cerimónia de abertura da reunião do Grupo de Contacto, o presidente da Comissão da UA (CUA), Jean Ping, declarou que a formação dum Governo de transição para supervisionar o regresso a um regime civil na Guiné- Conakry é uma etapa que a organização está pronta para apoiar.
Nas suas recomendações, o Grupo de Contacto declarou que a União Europeia (UE), a Organização Internacional da Francofonia (OIF) e todos os membros do Grupo devem encontrar fundos para ajudar as autoridades conakry-guineenses a realizarem dentro dos prazos o regresso a um regime civil.
O GCIG instou a CEDEAO, a ONU, a UE, a OIF bem como o Banco Mundial (BM) a financiarem este processo de transição.
A Guiné-Conakry deve proceder a uma refundição do seu ficheiro eleitoral para a organização duma eleição presidencial.
O Presidente interino da Guiné-Conakry, o general Sékouba Konaté, está na vanguarda dos esforços para um regresso a um regime civil na sequência do atentado que podia ser fatal ao líder da Junta, Moussa Camara, que está em convalescença no Burkina Faso presentemente.
O Grupo apelou aos homens políticos conakry-guineenses para apoiarem o general Konaté e o primeiro-ministro do Governo de Transição, Jean-Marie Doré.
Ele indicou que o Governo interino, que vai ser formado no quadro dos acordos de 15 de Janeiro assinados em Ouagadougou, no Burkina Faso, deve ser instalado nos próximos dias.
Segundo o GCIG, as reformas dos sectores da defesa e da segurança na Guiné- Conakry devem tender a reforçar o profissionalismo das forças armadas.