Agência Panafricana de Notícias

ONU deplora instrumentalização de caso de capacetes azuis detidos no leste da RDC

Kinshasa, RD Congo (PANA) - A Missão das Nações Unidas para a Estabilização na RD Congo (MONUSCO) deplorou a instrumentalização, pela imprensa, do caso dos capacetes azuis detidos em Goma, em Kivu-Norte (leste) com a farda do Exército congolês.

Está posição foi expressa em conferência de imprensa semanal da Organização das Nações Unidas (ONU) pelo representante do Secretário-Geral desta instituição para Operações no leste da RD Congo, o general Abdallah Wafi.

"Encorajamos e apoiamos a liberdade de imprensa. Mas já não aceitaremos incitações ao ódio contra as Nações Unidas", sublinhou o general Abdallah Wafi, antes de apelar para o senso de responsabilidade, de medida e de moderação.

Segndo Wafi, as investigações estão em curso e espera-se pelos resultados.

"Se for estabelecido que estes Ucranianos são efetivamente responsáveis por este ato, eles serão sancionados em conformidade com os nossos textos. Eles serão sancionados com a última energia", tranquilizou.

As Nações Unidas têm uma política de tolerância zero contra qualquer mau comportamento do seu pessoal e têm um código de ética, deontologia e um código de comportamento que se impõem ao representante especial do Secretário-Geral das Nações Unidas na RD Congo, Martin Kobler, até ao último empregado da MONUSCO, referiu.

Todo o pessoal da MONUSCO assumiu o compromisso de respeitar a população congolesa, estando proibido de não só possuir os uniformes mas também de tocar na flora, nem na fauna e muito menos num grama de ouro, entre outros", reiterou.

A MONUSCO possui quase 30 mil homens, dos quais dois mil militares, desdobrados essencialmente no leste da RD Congo, destruído pelos conflitos há mais de 20 anos e onde operam dezenas de grupos armados locais e estrangeiros.

Seis Ucranianos, membros da aviação da MONUSCO, e um Congolês foram detidos a 26 de novembro último em Goma, no leste da RD Congo, por posse ilegal de uniformes do Exército congolês.

A detenção dos capacetes azuis aconteceu enquanto a situação de segurança está a deteriorar-se no norte da província de Kivu-Norte e, particularmente, na província de Beni, onde mais de 200 pessoas morreram em menos de dois meses massacradas à facada alegadamente por rebeldes ugandeses de ADF.

-0-PANA KON/BEH/FK/DD 04dez2014