Agência Panafricana de Notícias

ONU convida comunidade internacional a desembolsar fundos prometidos ao G5 Sahel

Dakar, Senegal (PANA) – O representante especial do Secretário-Geral da ONU para a África Ocidental e Sahel, Mohamed Ibn Chambas, apelou, quinta-feira, em Dakar, à comunidade internacional para acelerar o processo de desembolso da ajuda financeira prometida aos países do G5 Sahel, com vista a permitir a implementação da sua força militar conjunta.

"É vital que a ajuda financeira prometida à força conjunta seja desembolsada. É também urgente fornecer a ajuda financeira prometida, em dezembro de 2018, para concretizar o roteiro adotado pelo G5 Sahel no quadro do programa de investimento prioritário", disse.

Falando durante uma conferência de imprensa, Chambas sublinhou que o mesmo pedido foi expresso pelos chefes de Estado e de Governo do G5, durante a sua cimeira de 5 de fevereiro corrente, em Ouagadougou, a capital do Burkina Faso.

"Se a comunidade internacional pudesse acelerar o desembolso dos fundos prometidos, isso poderia ajudar a pôr termo à violência nesta zona", disse.

Por outro lado, Chambas afirmou que a ONU condena os ataques contra os civis, os Capacetes Azuis e a violência comunitária no Mali, Níger e Burkina Faso.

"A espiral da violência só pode provocar o caos e a infelicidade a todas estas comunidades. As divisões, os ciclos de represália mortíferos são exatamente o que procuram os extremistas", avisou.

Segundo ele, existe agora uma necessidade de diálogo, de aproximação e justiça em todo o Sahel para que se encontre o equilíbrio tradicional da região.

"Os Governos e atores locais devem mobilizar-se neste sentido. Sabemos que só a ação militar sozinha não poderá erradicar o veneno da ameaça terrorista. O compromisso dos governos e da comunidade internacional é também tão determinante para mudar a situação e reposicionar a sub-região numa dinâmica duradoura de desenvolvimento e estabilidade", disse Chambas.

O G5 Sahel é composto pelo Burkina Faso, pelo Mali, pela Mauritânia, pelo Níger e pelo Tchad, países que criaram uma força militar conjunta para combater o terrorismo, nomeadamente Boko Haram e os grupos jihadistas.

-0- PANA AAS/JSG/CJB/IZ 07fev2019