Agência Panafricana de Notícias

ONU chamada a pressionar Ruanda para libertar advogado americano

Arusha- Tanzânia (PANA) -- Pelo menos 25 advogados do Tribunal Penal Internacional para o Ruanda (TPIR) pediram que as Nações Unidas pressionem as autoridades ruandesas para a "libertação imediata" do seu colega norte-americano Peter Erlinder, detido em Kigali.
O pedido dos advogados é dirigido ao Secretário-Geral das Nações Unidas, ao presidente da Assembleia Geral desta organização, à sua Comissão dos Direitos Humanos e ao próprio TPIR.
Julgado por "negação do genocídio dos Tutsi (tribo minoritária no Ruanda) de 1994", Peter Erlinder, foi detido a 28 de Maio último, na capital ruandesa onde ele devia garantir a defesa da opositora Victoire Ingabire, também processada pela mesma acusação.
O seu pedido de libertação foi rejeitado segunda-feira por um tribunal local que prolongou por 30 dias a sua detenção preventiva.
"Rogamos com insistência, ao presidente e ao escrivão do TPIR, ao Secretário- Geral das Nações Unidas (.
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) para usarem dos seus poderes com vista a obrigarem as autoridades ruandesas a libertarem imediatamente Peter Erlinder", lê-se na petição.
Os autores da carta exigem "o levantamento de toda a restrição à sua liberdade de movimento e o abandono de todas as perseguições contra ele".
Segundo os seus colegas, a detenção de Peter Erlinder "está direta e indissociavelmente ligada ao exercício das suas missões e dos seus mandatos diante do TPIR e ao seu envolvimento numa defesa ativa e intransigente ao serviço da manifestação da verdade".
Mas para o procurador-geral do Ruanda, Martin Ngoga, as acusações formuladas contra Erlinder "não estão ligadas às suas prestações no TPIR".
O TPIR possui 60 advogados de defesa provenientes de todos os sistemas jurídicos.