Nova Iorque, Estados Unidos (PANA) - A situação na República Centro-africana (RCA) continua frágil e ameaçada pela guerra no Sudão vizinho, alertou a Organização das Nações Unidas.
O alerta foi dado terça-feira última em Nova Iorque pela chefe da Missão das Nações unidas na RCA (MINUSCA), Valentine Rugwabiza, durante uma reunião do Conselho de Segurança da ONU.
Ela referiu-se ao nordeste da RCA, fronteiriço do Sudão,Le que doravante está exposto aos efeitos da guerra civil nesse país, desde 15 de abril de 2023.
“Incursões e ataques contra akdeias provocaram deslocações massivas de civis à volta da base temporária da MINUSCA, em Am Dafok”, relatou Rugwabiza, que visitou a região no início de outubro corrente.
Porém, prosseguiu, as Intervençōes conjuntas da missão onusinas e das comunidades locais permitiram o regresso voluntário de alguns deslocados.
Acrescentou no entanto que a situação continua instável.
Informou igualmente que, mais no sudeste, no Alto-Mbomou, um dos grupos armados, Azande Ani Kpi Gbe (AAKG), prossegue com ataques contra as forças governamentais, a MINUSCA e civis.
Mencionou as condições de acesso extremamente precárias, agravadas pelas tensões intercomunitarias e a falta de Infraestruturas consignas para trabaihadores humanitários.
Acrescentou a estas ameaças restrições orçamentais que limitam operações onusinas.
Rugwabiza exortou aos doadores a agirem sem delongas.
“Apelo aos parceiros para mobilizarem com urgência recursos a fim de que as eleições possam realizar-se a tempo (a 28 de dezembro de 2925), e de maneira credível e segura”, sensibilizou.
“O processo de paz retomou o seu vigor e fez progressos significativos desde o acordo de cessar-fogo assinado a 19 de abril (último)”, informou Rugwabiza.
O acordo rubricado em N'Djamena, no Tchad, este convénio, entre o Governo centro-africano e dois grupos armados mais ativos, precisamente a União para Paz no Centro-Áfrca (UPC) e o grupo Regresso, Recuperação e Reabilitação (3R) está marcado pela retoma do diálogo apois anos de violência, segundo a responsável.
A dois meses de eleições gerais previstas para 28 de dezembro de 2025, prosseguiu, a RCA parece reaver a sua dinâmica política.
O país mergulhou-se no caos em março de 2013 quando a Séléka, uma coligação maioritariamente muçulmana, tomou o poder em Bangui, a capital centro-africana.
Atrocidades cometidas por esta aliança, oficialmente dissolvida no mesmo ano, culminaram com a formação de milícias anti-Balaka, de maioria cristã, que, por sua vez, tomará como alvos civis muçulmanos acusados de conspiração.
A despeito do desdobramento dos “capacetes azuis” da MINUSCA em 2014, o lançamento de um processus de paz e as eleições de 2016 que levaram ao poder Faustin-Archange Touadéra, a instabilidade persiste.
Segundo UN News (órgão de comunicação das Nações Unidas, grande parte do país continua sob o controlo de grupos armados.
-0- PANA MA/MTA/JSG/DD 29out2025