ONU alerta para risco elevado de genocídio no Sudão
Genebra, Suíça (PANA) - O risco de genocídio, de crimes de guerra e crimes contra humanidade continua “muito elevado” no Sudão, advertiu uma responsável das Nações Unidas.
Dirigindo-se segunda-feira última, em Genebra, ao Conselho dos Direitos Humanos, a conselheira especial interina do Secretário-Geral das Nações Unidas para a Prevenção do Genocídio, Gamba, declarou-se igualmente alarmada pela situação em Gaza (Palestina) e pelo rumo da comunidade fula no Sahel.
Alertou que o conflito no Sudão entre as Forças Armadas Sudanesas e as Forças de Apoio Rápida (RSF, sigla em inglês), paramilitares, continua a ter um impacto devastador sobre a população civil.
Iniciada a 15 de abril de 2022, esta guerra já ceifou a vida de milhares de civis e desliocou mais de 10,5 millhões de pessoas, atos atribuídos aos dois beligerantes que já cometeram graves violações dos direitos humanos, segundo a conselheira onusina.
“Ataques direcionados contínuos contra alguns grupos étnicos, em particular nas regiões de Darfur (oeste) e Kordofan (centro), são uma preocupação particular para o meu mandato”, frisou Gamba, sublinhando que as RSF e suas milícias árabes aliadas continuam a levar a cabo ataques de carávter étnico contra grupos Zaghawa, Masalit e Fur (nas mesmas regiõesI.
Também expressou igualmente a sua preocupação face ao “horror em Gaza que continua a ter um impacto sobte a nossa consciência coletiva", criticando ao mesmo tempo a campanha militar movida por Israel, e que devastou Gaza, matando dezenas de milhares de civis e destruíndo infraestruturas essenciais."
“Os terríveis eventos de 7 de outubro dfe 2023 (contra Israel protagonizados pelo Hamas, movimento islamita palestiniano) nunca serão esquecisoa, e os sofrimentos atuais das famílias dis reféns devem ser acolhidas com toda simpatia e todo apoio possíveis", mencionou igualmente Gamba, frisando que não se pode responder à violência pela violência..
Referiu-se igualmente às tensões crescentes entre a coligação no poder do Presidente sul-sudanês, Salvar Kiir e o seu primeiro Vice-Presidente, Riek Machar, na sequência de confrontos violentps entre as Forças de Defesa Populares do Sudão do Sul e a milícia de oposição, vulgo Arma Branca, que ameaçam mergulhar o país num novo ciclo de guerra civil.
Também fez questão de reportar, a respeito do Sudão do Sul, centenas de civis mortos, em particular durante ataques de carácter étnico.
A região do Sahel mereceu igualmente a atenção da conselheira onusina que falou das alegaçãoes de violações graves dos direitos humanos pelas Forças Nacionais no Burkina Faso, no Níger e no Mali que, a seu ver, continuam extremamente preocupantes.
“Informações sobre assassinatos de membros da etnia fula pelo Exército burkinabe e por milícias aliadas perto da cidade de Solenzo, no oeste do país, em marços de 2025, são emblemátios das graves preocupações que pesam na região do Sahel “, sublinhou a conselheira onusina, acrescentando que a situalão nesta parte da Ágrica Ocidental ”necessita de uma atenção e de ações urgentes.”
Quanto à República Democrática do Congo, ela considerou-a “precária”, com confrontos intercomunitários em todo o país e ataques contra civis por grupos armados, em particular no leste do país, onde, acrescentou, a escalada dos combates, nos últimos meses, entre as Forças Armadas Congolesas e p grupo armado M23 suscitou sofrimentos generalizados para os civis.
Segunfo a conselheira onusina, a violência é igualmente perpetrada segundo critérios étnicos.
“Num contexto de combates em curso, discursos de ódio e discriminação intensificaram-se”, advertiu Gamba.
-0- PANA MA/NFB/JSG/DD 24junho2025