Agência Panafricana de Notícias

ONG denuncia rutura de stock de antirretrovirais no Congo

Brazzaville, Congo (PANA) – A Associação Pan-africana Thomas Sankara (APTS), Organização não Governamental (ONG) de defesa dos direitos humanos, denunciou esta quarta-feira em Brazzaville a rutura de stock de antirretrovirais (ARV) até 24 de agosto de 2013 no Congo, julgando-a “dramática para os doentes da Sida”.

"No Centro de Tratamento Ambulatório de Brazzaville (CTAB), instalado no Centro Hospitalar e Universitário (CHU) da capital, o maior hopital do Congo, faltam moléculas destinadas à triterapia contra o VIH", sublinha a ONG numa carta enviada ao ministro da Saúde e População.
Trata-se de Tripla, de Efavirenz e de Nevirapine.

Para a ONG, a situação "seria grave devido às consequências socio-sanitárias que isto vai provocar : mortes em série, desenvolvimento das resistências, ressurgimento e desenvolvimento das doenças oportunistas".

A APTS afirma que se trata, nestas circunstâncias, duma grave violação dos direitos humanos, nomeadamente do direito à vida de milhares de congoleses e enquanto milhares de francos CFA são desembolsados cada ano para tratar gratuitamente pessoas infetadas pelo VIH, a gestão dos medicamentos continua controversa.

"Estes atos irresponsáveis assemelham-se a uma criminalidade organizada que necessita não apenas demissões, sançoes administrativas, mas também julgamentos penais, pois a situação é grave, intolerável e inadmissível”, defende a ONG.

Na carta, a APTS apelou ao Governo congolês a tomar medidas necessárias para que situação seja restabelecida e lhe convidou a instaurar mecanismos eficazes de acompanhamento, de controlo e de avaliação de toda a cadeia de abastecimento e distribuição de ARV com o envolvimento de ONG de defesa dos direitos humanos.

Segundo as cifras do Programa Nacional de Luta contra a Sida (PNLS), em 2011 o número de pessoas portadoras de VIH/Sida sob tratamento com ARV estimou-se em 16 mil 861 indivíduos, ou seja uma cobertura de 58,9 porcento das necessidades.

O Congo adotou uma riposta que visa, por um lado, reduzir o número de novas infeções e, por outro, atenuar o impacto desta doença ao melhorar o acesso ao tratamento.

-0- PANA MB/AAS/IBA/FK/TON 28aagosto2013