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OMS África celebra primeira semana de vacinação

Dakar, Senegal (PANA) - A região africana da Organização Mundial da Saúde (OMS) vai comemorar a Primeira Semana Africana de Vacinação (SAV) em abril próximo para sensibilizar as comunidades à importância e à necessidade de proteção contra doenças evitáveis pela imunização, soube a PANA segunda-feira de fonte oficial.

A inciativa a ser observada na última semana de abril deste ano responde a uma resolução adotada pelos ministros da Saúde na 60ª sessão do Comité Regional Africano da OMS em 2010, para “institucionalizar uma Semana Africana de Vacinação anual".

“O objetivo da iniciativa é reforçar os programas de vacinação na região, chamando a atenção e aumentado a sensibilização à importância, à necessidade e ao direito que assiste todas as pessoas de serem protegidas contra as doenças evitáveis pela vacinação”, refere uma nota oficial que cita o diretor regional da OMS para África, Luís Sambo.

Segundo Sambo, a semana da vacinação irá basear-se nas iniciativas já existentes, tais como a comemoração dos dias da Saúde Materna e Infantil ou efemérides idênticas nos Estados-membros, "para galvanizar a ação regional e chegar a cada criança com intervenções direcionadas, de base factual e de grande impacto".

Tais intervenções destinar-se-iam a acelerar os progressos para se atingir o quarto Objetivo de Desenvolvimento do Milénio (ODM4) consagrado à redução da mortalidade infantil até dois terços entre 2000 e 2015.

Até 2010, apenas seis Estados-membros da região estavam no bom caminho para alcançar o ODM4, devido sobretudo a um mau ou inadequado acesso à vacinação, que é uma das intervenções de saúde pública com melhor relação custo-eficácia e uma das mais amplamente reconhecidas como essencial para a consecução do ODM4.

Sambo exemplificou que, embora a mortalidade devida ao sarampo na região africana tenha baixado em 89 porcento entre 2000 e 2008, cerca três milhões 600 mil crianças não foram cobertas pelos serviços de vacinação em 2009, e perto de seis milhões de outras não receberam todas as vacinas recomendadas para a sua proteção.

A insuficiente cobertura da vacinação de rotina a nível distrital e a incapacidade para chegar a um número significativo de crianças durante as atividades de vacinação suplementar nos países continuam a pôr em risco os ganhos alcançados na eliminação do sarampo e da poliomielite na região, disse.

Sambo considerou a vacinação como a intervenção preferencial, "porque não só protege as crianças das doenças evitáveis pela vacinação como também serve de plataforma para proporcionar outras intervenções que salvam vidas, como o suplemento da vitamina A, a distribuição de mosquiteiros impregnados para a proteção contra o paludismo e os medicamentos desparasitantes contra os vermes intestinais, entre outros produtos".

O diretor regional exortou os Estados-Membros a atribuirem a liderança necessária à iniciativa SAV, criando comités nacionais de planeamento da semana de vacinação, para mobilizar recursos para as atividades e colaborar com os parceiros locais, incluindo a comunicação social, e garantir o seu sucesso.

A SAV incidirá no reforço dos programas nacionais de vacinação da região africana, promovendo a sensibilização ao valor e à importância da vacinação, aumentando a cobertura da vacinação e a aceitação de novas vacinas e das já existem e, simultaneamente, priorizando a prestação de serviços em zonas de difícil acesso.

Espera-se que, com uma forte liderança governamental e uma colaboração eficaz entre a OMS, o UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância) e outros parceiros fundamentais, incluindo organizações bilaterais e multilaterais, Organizações não Governamentais e da sociedade civil, a SAV contribua para o êxito da redução da morbidade e da mortalidade infantil na região.

-0- PANA IZ 14março2011