Agência Panafricana de Notícias

Novo assassínio de oficial superior militar na cidade Líbia de Benghazi

Tripoli, Líbia (PANA) – Um coronel do Exército líbio em Benghazi, no leste do país, foi abatido sexta-feira de noite em Benghazi (nordeste da Líbia), por homens armados desconhecidos, soube-se sábado de fonte segura no local.

O incidente ocorreu numa altura em que decorriam manifestações de protesto, em várias cidades, contra a insegurança em Benghazi, o epicentro da revolução de 17 de fevereiro de 2011 que culminou seis meses mais tarde no derrube do então regime do ditador Muamar Kadafi, após 42 anos de poder absoluto.

"Desconhecidos dispararam contra o coronel Ounis Mohamed al-Barghathi", indicaram fontes de segurança nesta cidade durante uma manifestação contra as ondas de assassínios e atentados a explosivo contra militares, polícias e ativistas da sociedade civil.

O corpo da vítima foi evacuado para o Hospital de Benghazi, segundo uma fonte médica que afirma que a mesma recebeu várias, das quais uma a nível da cabeça.

Benghazi, em particular, e a região oriental em geral da Líbia são palco, desde a queda do regime de Kadafi, de uma onda de assassinatos e atentados a explosivo contra militares e policias, bem como políticos e ativistas da sociedade civil.

No entanto, ainda não foi feita nenhuma detenção susceptível de levar à identificação dos autores destes ataques atribuídos geralmente por analistas a um movimento islamita muito ativo nesta região do país.

As autoridades de transição não conseguem até agora conter as potenciais milícias e grupos armados que fazem a lei no terreno.

Fartos desta insegurança, os Líbios saíram sexta-feira às ruas, em várias cidades do país, para denunciar esta violência e exprimir a sua solidariedade aos habitantes de Benghazi.

Os manifestantes denunciaram o Governo e o Congresso Nacional Geral (CNG, Parlamento) como sendo responsáveis pela insegurança persistente no país.

Segunda-feira última, os corpos de sete cristãos egípcios assassinados a tiro foram achados perto de Benghazi, ilustrando esta violência cega que não poupa ninguém nesta cidade.

Estas violências resultam de uma crise política devida à rejeição pela maioria dos Líbios da prorrogação do mandato do CNG, minado por disputas entre diferentes correntes políticas, incapazes de se entender sobre uma moção de censura contra o Governo de Ali Zeidan.

A nível económico, a prosseguição do fecho dos portos petrolíferos no leste e o bloqueio do importante campo petroleiro de al-Charara, no sul, causaram uma nova baixa da produção petrolífera do país, principal recurso do Estado.

Esta situação começa a perturbar a economia do país que estará confrontada, em 2014, a uma baixa de cerca de 5 porcento, segundo as previsões do Fundo Monetário Internacional (FMI).

-0- PANA BY/JSG/CJB/DD 1mar2014