Agência Panafricana de Notícias

Novo Presidente angolano exonera administração da Sonangol

Luanda, Angola (PANA) - O novo chefe de Estado angolano, João Lourenço, exonerou esta quarta-feira Isabel dos Santos, filha primogénita do antigo Presidente José Eduardo dos Santos, do cargo de presidente do Conselho de Administração da petrolífera angolana, Sonangol, a principal empresa pública do país.

No lugar de Isabel dos Santos, o Presidente João Lourenço nomeou o até então secretário de Estado dos Petróleos, Carlos Saturnino Oliveira, exonerado do Governo no mesmo dia.

Com a empresária Isabel dos Santos, deixaram também a administração da Sonangol (Sociedade Nacional de Combustíveis) os administradores executivos Eunice Paula Figueiredo Carvalho, Edson de Brito Rodrigues dos Santos, Manuel Lino Carvalho Lemos e João Pedro de Freitas Saraiva dos Santos.

Numa nota de imprensa, a Presidência indica que foram nomeados como novos
administradores executivos da petrolífera angolana Sebastião Pai Querido Gaspar Martins, Luís Ferreira do Nascimento José Maria, Carlos Eduardo Ferraz de Carvalho Pinto, Rosário Fernando Isaac, Baltazar Agostinho Gonçalves Miguel e Alice Marisa Leão Sopas Pinto da Cruz.

Na mesma ocasião, o Presidente angolano João Lourenço ordenou ao Ministério da Comunicação Social a retirada da gestão do segundo canal da Televisão Pública de Angola (TPA) à empresa Semba Comunicação, detida por dois outros filhos do ex-chefe de Estado.

Em conformidade com esta determinação, o Ministério da Comunicação Social anunciou a cessação imediata de todos os contratos celebrados com a TPA e as empresas privadas Westside e Semba Comunicação, referentes à gestão dos canais 2 e internacional da TPA.

Segundo uma nota assinada pelo novo ministro da Comunicação Social, João Melo, estes canais "devem retornar ou passar para a esfera jurídica da TPA".

A Semba Comunicação tem como sócios os irmãos Welwitshea 'Tchizé' e José Paulino dos Santos 'Coreon Du', filhos do ex-Presidente José Eduardo dos Santos, que deixou o poder em setembro de 2017, ao fim de 38 anos de consulado ininterrupto.

A nota explica que, em consequência da nova decisão, o canal "TPA Internacional" deve "cessar imediatamente" a sua emissão, para "permitir a completa reformulação da sua programação e a sua reentrada em funcionamento no prazo de tempo mais rápido possível".

Para o efeito, refere o documento, o novo Conselho de Administração da TPA, recentemente nomeado e empossado terça-feira por João Lourenço, deverá nomear um "jornalista profissional" para dirigir o canal internacional, sob supervisão de um administrador, "a fim de definir uma nova grelha de programas".

Já a TPA 2, também gerida até agora pela Semba, deverá manter a programação atual até 31 de dezembro de 2017, enquanto é preparada a nova gestão e direção, a entrar em vigor a 01 de janeiro de 2018.

"A TPA deverá, em conjunto com as empresas que até agora assumiam a gestão do canal 2 e da TPA Internacional, encontrar as melhores soluções relativas aos equipamentos, estúdios e outras facilidades concedidas às empresas em questão, ao abrigo dos contratos hoje mandados cessar, velando igualmente pela situação dos trabalhadores da televisão pública que estão ao serviço daquelas empresas privadas", esclarece o Ministério da Comunicação Social.

Em ocasiões anteriores, João Lourenço manifestou a sua insatisfação com o conteúdo dos dois canais em causa, sublinhando que o TPA Internacional não devia centrar-se apenas nas comunidades angolanas no exterior, mas que devia estar "virado para o mundo de uma forma geral".

"Um canal internacional que reflita de facto a realidade de Angola, que venda a imagem de Angola, que mostre as suas belezas, que mostre sobretudo as suas grandes potencialidades, para que desta forma possamos atrair não apenas turistas, mas sobretudo potenciais investidores", disse.

-0- PANA IZ 15nov2017