Agência Panafricana de Notícias

Nova Iorque regista primeiro caso de vírus de Ébola

Nova Iorque, Estados Unidos (PANA) – Um médico norte-americano que regressou recentemente da Guiné Conakry foi testado positivo ao vírus do Ébola em Nova Iorque, tornando-se no primeiro caso diagnosticado na metrópole norte-americana, soube a PANA de fontes seguras.

Craig Spencer, que foi colocado em quarentena no Hospital Bellevue de Manhattan, em Nova Iorque, tratou doentes infetados com o Ébola na Guiné Conakry sob a égide da organização humanitária Médicos Sem Fronteiras (MSF) antes de regressar a Nova Iorque há 10 dias.

Ele tornou-se a quarta pessoa infetada pelo vírus do Ébola nos Estados Unidos.

Os Médicos Sem Fronteiras estão a combater a epidemia do Ébola na Guiné Florestal, onde a epidemia surgiu há vários meses e foi uma das primeiras organizações a desdobrar-se no terreno.

Os casos e as mortes ligados ao vírus do Ébola na Guiné Conakry são muito inferiores aos registados na Serra Leoa e na Libéria.

O Departamento de Saúde de Nova Iorque, afirmou, num comunicado, que Spencer regressou aos Estados Unidos proveniente de um dos três países afetados pela epidemia do vírus do Ébola e apresentou quinta-feira febre e sintomas gastro-intestinais, tendo sido transportado da sua residência para o hospital de Manhattan.

Um laboratório de Nova Iorque que realizou os testes preliminares do vírus do Ébola confirmou que Spencer foi testado positivo ao vírus e um outro teste será efetuado pelos Centros de Prevenção e Controlo das Doenças dos Estados Unidos (CDC) para certificação.

Segundo o Departamento de Saúde, uma equipa de investigadores já começou a « seguir ativamente o controlo de todos os contactos do doente para identificar os que correm risco potencial ».

O Hospital Bellevue de Manhattan foi designado para quarentena, identificação e tratamento dos doentes potenciais infetados com o vírus do Ébola pelas autoridades, enquanto « a cidade de Nova Iorque está a tomar todas as precauções necessárias para garantir a saúde e a segurança de todos os habitantes de Nova Iorque ».

O presidente da Câmara Municipal de Nova Iorque, Bill de Blasio, disse à imprensa que "podemos dizer com certeza que o doente apresentou os seus sintomas durante um curto período e que poucas pessoas estiveram em contacto direto com Spencer e, enquanto médico, ele é capaz de detetar os sintomas depois de regressar da África Ocidental ».

Três pessoas foram diagnosticadas com o vírus do Ébola nos Estados Unidos antes de Spencer.

O primeiro foi Thomas Eric Duncan, um Liberiano que viajou de Monróvia, na Libéria, para Dallas, no Texas, passando por Bruxelas (Bélgica). Ele morreu a 8 de outubro corrente num hospital do Texas.

As duas enfermeiras que o trataram, Nina Pham e Amber Vinson, foram, infetadas pelo vírus e estão a ser tratadas em dois centros médicos diferentes nos Estados Unidos.

Cinco outros norte-americanos foram tratados do vírus do Ébola depois de terem sido repatriados da África Ocidental. Eles sobreviveram e regressaram às suas casas.

Esta epidemia de Ébola, a mais grave da história, matou até agora quase cinco mil pessoas, essencialmente na Guiné Conakry, na Libéria e na Serra Leoa.

-0- PANA AA/SEG/NFB/JSG/FK/TON 24out2014