Agência Panafricana de Notícias

Nigéria e Somália batem triste recorde em matéria de assassinatos impunes de jornalistas

Dakar, Senegal (PANA) - A Nigéria juntou-se à lista de países no mundo que registam mais de assassinatos impunes de jornalistas, sublinha o Comité para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) no seu novo índice de impunidade de 2013.

Num comunicado recebido pela PANA em Dakar, a organização de defesa da liberdade da imprensa revela que o índice de impunidade, divulgado anualmente, identifica os país onde os jornalistas são assassinados regular e impunemente.

Segundo o CPJ, a impunidade para os assassinatos de jornalistas contribui para o amordaçamento da imprensa.

"Nos países onde a justiça não é feita nos casos de assassinato de jornalistas, isto encoraja outros assassinatos, enquanto os jornalistas tentam sobreviver auto-censurando-se", denunciou o diretor-executivo do CPJ, Joeal Simon.

"A entrada da Nigéria no índice revela que a violência começa a limitar a cobertura de questões importantes, o que constitui uma grave ameaça à democracia nacional. O Governo deve demostrar a vontade política necessária para resolver estes crimes", indicou.

A Nigéria apareceu pela primeira vez neste índice divulgado por ocasião do Dia Mundial da Imprensa, celebrado a 3 de maio.

Segundo o comunicado, cinco crimes ficaram impunes desde 2009 na Nigéria, um dos dois países africanos na lista, classificado no 11º lugar dos 12 países em causa.

Outro país africano repreensível nesta matéria é a Somália, onde 12 jornalistas foram mortos apenas em 2012, apesar da calma relativa observada em Mogadíscio, a capital do país.

"Dez países figuram todos os anos no índice desde o seu lançamento em 2008, o que evidencia os desafios a enfrentrar para se pôr termo à impunidade enraizada", acrescentou o comunicado.

"Os Governos que se comprometer a resolver estes casos devem garantir a proteção das testemunhas. Um projeto das Nações Unidas para combater a violência mortífera contra a imprensa oferece uma ocasião crucial aos Governos para tomar medidas decisivas a fim de fazer a justiça", sublinhou o diretor de CPJ.

-0- PANA MLJ/SEG/NFB/TBM/MAR/DD 02maio2013