Agência Panafricana de Notícias

Nestlé acusada de ruptura ilegal de contrato no Zimbabwe

Harare- Zimbabwe (PANA) -- A gigante agroalimentar suíça, Nestlé, está em desacordo com os apoiantes do Presidente zimbabweano Robert Mugabe, depois de ter repentinamente anulado um contrato de compra de leite com a fazenda do chefe de Estado por este ter confiscado a fazenda dum explorador branco no quadro das suas controversas reformas agrárias.
Mugabe realiza desde o ano 2000 uma campanha de confisco das fazendas dos Brancos para as redistribuir aos camponeses negros sem terras.
Ele obteve, neste quadro, uma imensa fazenda láctea perto da capital e assinou um contrato de abastecimento de leite com a Nestlé, uma das gigantes agroalimentares no mundo.
Mugabe investiu muito nesta exploração, importando recentemente da África do Sul equipamentos para a produção láctea e o aumento do gado.
A fazenda produzia vários milhares de litros de leite por dia, cuja maior parte ia à companhia suíça.
Mas a Nestlé decidiu romper com Mugabe, há duas semanas, cessando de lhe comprar o leite, aparentemente para protestar contra o seu confisco daquela fazenda.
Mugabe e a Nestlé não fizeram nenhum comentário sobre este caso, mas os apoiantes do Presidente zimbabweano criticaram abertamente a companhia suíça e ameaçam recorrer à Justiça.
"Projectamos uma acção legal contra a Nestlé Zimbabwe e não uma simples confrontação.
Assistimos aqui ao que se passa quando não se nacionaliza as empresas.
A Nestlé Zimbabwe deve ser nacionalizada", defendeu Supa Mandiwanzira, responsável do Grupo de Acção Positiva Pró-Mugabe.
"Não podemos ter no Zimbabwe uma compania que perpetue um programa imperialista.
Isto é inaceitável e a Nestlé Zimbabwe ultrapassou os limites", acrescentou o responsável zimbabweano.