Agência Panafricana de Notícias

Negociações sobre Líbia terminam "sem acordo completo", dizem Nações Unidas

Genebra, Suíça (PANA) – A primeira ronda das discussões entre os representantes militares em Genebra, sob a égide das Nações Unidas, que visou concluir um cessar-fogo duradouro entre o Governo líbio e as principais forças da oposição, terminou sem acordo total, apesar da obtenção de consenso em vários domínios, declarou sábado a ONU.

A Missão de Apoio das Nações Unidas na Líbia (MANUL) declarou, nun comunicado, que a Comissão Militar Mista 5+5  Líbia (JMC), iniciada segunda-feira, com a participação do chefe da MANUL, Ghassan Salamé, deverá continuar o diálogo a 18 de fevereiro corrente, se as partes estiverem de acordo.

A Comissão constitui uma das três vertentes interlíbias que a MANUL organiza, com as vertentes económica e política.

"A MANUL agradeceu às duas partes  por virem a Genebra, assumirem com seriedade as responsabilidades que lhes foram confiadas bem como pelo espírito profissional e positivo que caraterizou as suas discussões”, indica o comunicado.

Acrescenta que  a MANUL tomou nota do consenso existente em torno da importância de manter a trégua anunciada a 12 de janeiro último, da necessidade de respeitá-la e de se abster de violá-la.

"A MANUL também tomou nota do largo consenso entre as duas partes relativo  à urgência de os Líbios salvaguardarem a soberania e a integridade territorial do seu país, proteger as suas fronteiras, o processo decisional  e os recursos nacionais contra qualquer ingerência estrangeira, de cessar o fluxo de combatentes não líbios e de expulsá-los fora do país; bem como de prosseguir a luta contra os grupos terroristas identificados pela ONU (Al-Qaeda, ISIS, Ansar al-Sharia)”.

A missão declarou que as duas partes também exprimiram o seu apoio às trocas de prisioneiros em curso e ao regresso dos restos mortais das pessoas mortas, e saudou o apoio da MANUL a este processo,  “ cada vez que a necessidade se fizer sentir”.

A MANUL afirma que se as duas partes decidirem sobre a necessidade de acelerar o regresso das pessoas deslocadas, em particular nas zonas afetadas pelos confrontos,  “ não é  possível chegar a um acordo completo sobre os meios ótimos de restabelecer a normalidade nestas zonas”.

-0- PANA MA/ASA/BEH/FK/IZ  9fev2020