Agência Panafricana de Notícias

Negociações intermalianas de paz reabrem na Argélia

Bamako, Mali (PANA) – A cerimónia de abertura da terceira fase das negociações intermalianas de paz, devia realizar-se terça-feira na capital argelina, Argel, depois do adiamento da véspera pela ausência do Movimento Nacional de Libertação de Azawad (MNLA) e dos seus aliados do Alto Conselho para a Unidade de Azawad (HCUA) e do Movimento Árabe para Azawad (MAA).

Segundo a imprensa maliana, que cita o embaixador da Argélia no Mali e chefe da equipa de mediação, Nourridine Ayadi, o desejável é que todas as partes estivessem presentes na cerimónia de abertura, que não aconteceu segunda-feira, conforme inicialmente previsto, devido à ausência de algumas delegações, incluindo a da coordenação.

As negociações vão decorrer na sala de conferências do hotel El Aurassi de Argel, onde representantes de vários grupos armados, como a Coligação do Povo de Azawad (CPA), o Movimento Árabe de Azawad, a Coordenação dos Movimentos e Forças de Resistência (CMFR), o Grupo de Autodefesa Tuaregue Imghad e Aliados (GATIA) estavam entre as primeiras delegações a chegarem segunda-feira.

O diplomata argelino explicou que a mediação aproveitou a noite de segunda-feira para "continuar as consultas a níveis de algumas delegações da mediação a fim estabelecer todo o calendário do processo, examinar várias questões ligadas ao processo".

A delegação governamental maliana liderada pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Interior e Cooperação Internacional, Abdoulaye Diop, encontra-se desde o fim de semana passado na capital argelina à qual se juntam os medianeiros internacionais das Nações Unidas, da União Africana (UA), da União Europeia (UE) e Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO).

O ministro maliano dos Negócios Estrangeiros revelou, domingo, durante uma sessão de trabalho, que a mediação internacional elaborou um documento síntese das propostas feitas pelo Governo e pelos grupos armados para chegar a um acordo de paz definitivo.

Ele garantiu que este documento não toca as linhas vermelhas traçadas pelo Governo sobre o respeito da integridade territorial, da unidade nacional e da forma laica e republicana do Estado.

Diop precisou que o federalismo proposto por alguns grupos armados foi rejeitado pela mediação assim como a proposta de criação de um Exército paralelo ao Exército maliano para garantir a segurança do norte do Mali.

-0- PANA GT/BEH/FK/IZ 22out2014