Agência Panafricana de Notícias

Negociações interlíbias arrancam em Genebra

Nova Iorque, Estados Unidos (PANA) - A nova ronda de negociações políticas entre fações líbias, apoiadas pela Organização das Nações Unidas, arrancou esta quarta-feira, em Genebra (Suíça), com vista a encontrar uma solução à crise política e de segurança crescente neste país da África do Norte.

A ONU declara num comunicado transmitido à PANA em Nova Iorque, que o encontro organizado pela Missão de Apoio da ONU na Líbia (MANUL), na sede da organização internacional em Genebra, reúne todas as partes ineteressadas de primeiro plano do conflito líbio.

O objetivo das discussões é alcançar um acordo sobre a gestão do que resta do período de transição.

"A MANUL considera esta nova ronda de negociações como uma oportunidade chave para as partes líbias encetarem um processo político que abre a via a uma saída do impasse político subjacente à crise política e à crise institucional que abala este país", indica o comunicado.

No lançamento desta nova ronda de discussões, a MANUL lembrou a todas as partes que o diálogo é um processo inclusivo e transparente motivado pelo interesse superior nacional da Líbia, nomeadamente a salvaguarda da unidade nacional e da integridade territorial.

A MANUL exprimiu a esperança de que estas negociações desemboquem nos consensos necessários para a cessação total das hostilidades armadas, encorajando uma retirada progressiva de todos os grupos armados de todas as grandes cidades, incluindo a capital, Tripoli, para permitir ao Governo reafirmar a sua autoridade sobre as instituições e instalações estratégicas.

Os convidados a esta primeira ronda de discussões são representantes da vida política e da sociedade civil, enquanto as próximas sessões potencialmente previstas para a semana próxima vão envolver representantes de municipalidades de todo o país.

"Contudo, o importante é que os Líbios aproveitem esta oportunidade e tomem os riscos necessários para a paz, unindo-se nestas discussões, porque terão mais resultados participando mais do que isolando-se", acrescentou a Missão.

Esta nova ronda de discussões segue-se a uma recente explosão da violência no país abalado por um conflito desde 2011, depois da destituição e da morte do seu líder, Muamar Kadafi.

Além das numerosas vítimas, os combates criaram igualmente uma crise humanitária, tendo levado pelo menos 120 mil pessoas a fugir das suas casas, e causando uma penúria de alimentos e de medicamentos.

Enquanto isso, em Benghazi, uma cidade do leste do país, uma subida da violência causou a morte de 450 pessoas desde outubro, e os seus habitantes continuam a sofrer uma falta de cuidados médicos.

Mais de 15 mil famílias e nove mil pessoas foram igualmente deslocadas.

-0- PANA AA/SEG/NFB/JSG/MAR/IZ 14jan2015