Agência Panafricana de Notícias

Morreu quinto soldado de paz da MINUAD em Darfur

Addis Abeba, Etiópia (PANA) - Um soldado da Missão Conjunta das Nações Unidas e da União Africana em Darfur (MINUAD) foi morto durante uma troca de tiros que fez três outros feridos, elevando assim para cinco o número de militares mortos ao serviço desta operação no espaço de duas semanas, declarou a missão, quarta-feira.

O incidente ocorreu quando um cortejo da MINUAD proveniente de Kutum e que se deslocava
a Hashaba Norte, a cerca de 56 quilómetros no nordeste de Kutum, no Darfur Norte,
numa missão de verificação, replicou após um ataque com disparos de armas automáticas.

O incidente produziu-se exatamente duas semanas após a morte de quatro soldados nigerianos durante um ataque que fez igualmente feridos entre os Capacetes Azuis a cerca de dois quilómetros da base de El Geneina.

"Condeno firmemente este segundo ataque criminoso contra os bravos soldados da paz num mês durante o qual perdemos cinco soldados da paz", declarou num comunicado o chefe interino da MINUAD, Aichatou Mindaoudou.

A missão é composta por pessoal militar, polícias e civis. A sua avaliação segue-se a uma missão de avaliação inicial da MINUAD, a 03 de outubro, data do anterior ataque.

O assassinato de quarta-feira evidenciou a complexidade da crise em Darfur que continua volátil perto de uma década após a sua eclosão.

"Estes ataques não poderão afetar a nossa determinação de cumprir o nosso mandato e ajudar o povo de Darfur", declarou Mindadoudou. "Exorto o Governo do Sudão a levar a cabo um inquérito sobre o incidente e julgar os seus autores", acrescentou.

Desde o desdobramento inicial da MINUAD, a 31 de dezembro de 2007, as ações hostis já fizeram 43 mortos entre os soldados da paz.

O acordo de paz de Doha, assinado por uma parte dos grupos rebeldes de Darfur, parece amplamente ineficaz enquanto quadro de resolução da crise civil na região do Sudão Ocidental.

Os esforços internacionais para exigir a detenção do Presidente sudanês, Omar El-Bechir, não granjearam o apoio dos dirigentes africanos que insistem no facto de que o regresso à paz em Darfur deve prevalecer sobre qualquer ação internacional.

-0- PANA AO/VAO/ASA/TBM/SOC/MAR/IZ 18out2012