Agência Panafricana de Notícias

Morreu no Senegal genocida rwandês condenado à prisão perpétua

Kigali, Rwanda (PANA)  - Um dos principais líderes do antigo partido no poder no Rwanda, em 1994, que cumpria uma pena de prisão perpétua, conforme o acórdão de 2014 da Câmara de Apelação do Tribunal Penal Internacional para o Rwanda (TPIR), faleceu numa cadeia senegalesa, revelou quarta-feira uma fonte judicial.  

Trata-se de Edouard Karemera, então vice-presidente do Movimento Republicano Nacional para a Democracia (MRND), ex-partido no poder, banido da cena política nacional depois do genocídio de 1994.

Karemera foi condenado à prisão perpétua depois de se ter comprovado que ele tinha abusado da sua posição no seio do partido, no quadro duma iniciativa criminosa comum, precisamente o genocídio rwandês de 1994.

Ele foi transferido de Arusha, na Tanzânia, onde funcionava o TPIR, para o Senegal, onde  cumpria a prisão perpétua, precisamente na cadeia de Sebikotane, perto de Dakar, a capital do país.

O MRND foi fundado em 1975 sob o reinado do então Presidente rwandês, Juvenal Habyarimana, cujo assassinato, a 6 de abril de 1994, culminou no genocídio rwandês.

Protagonizado pelos Hutus (tribo maioritário, a que pertencia Habyarimana), este massacre fez mais de 800 mil mortos, maioritariamente Tutsi (tribo minoritária, a que pertence o atual Presidente rewandês, Paul Kagame) e alguns Hutus moderados.

-0- PANA TWA/VAO/ASA/BEH/FK/DD  02set2020