Agência Panafricana de Notícias

Morreu jornalista cabo-verdiano Jorge Guimarães Santos

Praia, Cabo Verde (PANA) - Um jornalista cabo-verdiano, Jorge Guimarães Santos, faleceu, terça-feira última em Portugal, vítima de doença prolongada, apurou a PANA de fonte segura.

Jorge Guimarães Santos, primeiro diretor da Cabopress, precursora da atual agência cabo-verdiana de noticias (Inforpress), de setembro de 1988 a novembro de 1991, exerceu também as funções de diretor-geral da Comunicação Social até 1995, altura em que passou a trabalhar como comunicador para o desenvolvimento em projetos co-financiados pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura  (FAO) e pelo Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA).

O malogrado iniciou a sua carreira na comunicação social cabo-verdiana ainda antes da independência de Cabo Verde, a 05 de julho de 1975, como locutor na então Rádio Barlavento, com sede na ilha de São Vicente, donde era natural.

Já depois de frequentar um curso de jornalismo na Roménia, após a independência do arquipélago,  Jorge Santos dirigiu também o departamento da Rádio Nacional de Cabo Verde naquela ilha, antes de ser transferido para a cidade da Praia para participar na fundação da primeira agencia de noticias de Cabo Verde, a Cabopress.

Reagindo à noticia da morte de Jorge Guimarães Santos, a gestora única da Inforpress, Jacqueline de Carvalho, considerou o desaparecimento físico do primeiro diretor e fundador da agência noticiosa cabo-verdiana, uma “perda grande”  para o jornalismo cabo-verdiano.

“O que é hoje a Inforpress foi graças àqueles que foram os seus percussores e pilares essenciais que contribuíram para a sua construção”, disse Jacqueline de Carvalho, recordando que agencia noticiosa iniciou as suas atividades com um grupo pequeno de 13 jornalistas e, hoje, indicou, “é muito bom ver o quanto já expandimos e o quanto foi importante o contributo de Jorge Guimarães  Santos.”

“Para nós, fica também o sentimento de alguma satisfação, porque, às vezes, as homenagens são feitas depois da morte, mas nós, no âmbito dos 30 anos [da Inforpress], tivemos a oportunidade de homenagear todas as pessoas que contribuíram para a fundação da agência”, afirmou, destacando o Jorge Guimarães Santos como um dos entrevistados que deixaram o seu testemunho sobre o que foi o passado da Inforpress.

“É um registo que temos e guardamos com muito carinho e como uma grande homenagem da agência para a função que desempenhou e a importância que ele teve nos destinos da Inforpress”, comentou aquela responsável, concluindo que a comunicação social cabo-verdiana ficou “mais pobre” com a morte do jornalista.

O falecimento de Jorge Guimarães Santos provocou a reação de colegas que ombrearam com ele no despertar da radiodifusão no país e que o consideravam como um profissional de excelência, um colega amigo e um homem que soube fazer a diferença nas funções que desempenhou ao longo da sua carreira.

-0- PANA CS/DD 03mar2021