Agência Panafricana de Notícias

Moçambique produz gás doméstico a partir de lamas fecais

Maputo, Moçambique (PANA) - A cidade central moçambicana da Beira está, desde início deste ano, a produzir gás doméstico com base em lamas fecais e resíduos sólidos provenientes dos esgotos e lixo reciclado, recolhido nas ruas e em fossas de diferentes residências da urbe.

Apesar de estar a funcionar em pequena escala, o centro comunitário Multifuncional de Energias Renováveis, entidade produtora do gás, possui uma capacidade de produção de cerca de 12 mil litros de gás doméstico por dia, distribuído para instituições públicas e residências do populoso bairro da Munhava.

De acordo com o presidente do Conselho Municipal da Cidade da Beira, Daviz Simango, citado pela imprensa local, o projeto é financiado pelo programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU-Habitat), em parceria com a edilidade da Beira.

Prevê-se que projeto poderá vir a beneficiar mais de 500 famílias, que antes estavam sujeitas a usar outros meios para confecionar a sua alimentação.

Simango fez saber ainda que está em curso um estudo de viabilidade, com vista a apurar o número exato de instituições públicas, privadas e de famílias que apresentam potencialidades e condições de aderir ao projeto.

Segundo Simango, o projeto é ambicioso, pois para além de produzir energia a partir de lamas fecais e resíduos sólidos veio facilitar a vida das populações, diminuindo de tal maneira a procura de lenha ou carvão vegetal para uso doméstico.

Estimado em 158 mil dólares americanos, o centro constitui uma área de novas experiências, isto na produção e uso de várias formas de energia renovável, usando o sistema de biogás para lixo humano e produção de energia solar.

Entretanto, para além de beneficiar a comunidade local, algumas universidades da cidade da Beira tem enviado seus estudantes para estagiarem naquele projeto, particularmente na abordagem de matérias relacionadas com a produção de energias renováveis com base em matéria reciclada.

O projeto começou em 2013 e foi resultado de um cofinanciamento da empresa alemã Basf e apoio da Agência Local para Desenvolvimento Económico de Sofala, Adel Sofala.

-0- PANA AIM/IZ 28abril2017