Agência Panafricana de Notícias

Missão das Nações Unidas adverte da degradação da situação humanitária na RCA

Nova Iorque, Estados Unidos (PANA) – O chefe da Missão Multidimensional Integrada para a Estabilização na República Centroafricana (MINUSCA), Babacar Gaye, declarou que, apesar de
de algumas melhorias na República Centroafricana (RCA), a situação humanitária e de segurança continua preocupante e « duma volatilidade extrema ».

Intervindo diante do Conselho de Segurança das Nações Unidas em Nova Iorque, Gaye saudou os progressos políticos consideráveis registados durante a Cimeira da Comunidade Económica dos Estados da África Central (CEEAC) em Malabo, na Guiné Equatorial, e a reunião do grupo de contato internacional em Addis Abeba, na Etiópia.

« A organização do Fórum em Brazzavile e a assinatura dum acordo de cessar-fogo, a 23 de julho, marcaram o início dum processo político, que é essencial para tornar a estabilidade duradoura na República Centroafricana, e este constitui um passo importante no processo da obtenção duma paz definitiva », declarou o chefe da MINUSCA.

Contudo, prosseguiu, os confrontos em Batangafo e mais recentemente em Mbres lembram que a situação de segurança continua volátil e o risco a que os civis estão expostos na maior parte do país.

O enviado especial das Nações Unidas declarou igualmente que a situação dos direitos humanos também continua preocupante no país, onde, explicou, para esse respeito, embora mais limitada em termos de amplitude, a violência setária e as represálias continuam em vários locais do país onde a autoridade do Estado anda amplamente ausente.

Gaye lembrou ainda de uma visita recente que efetuou a localidade de Bambari, onde as autoridades locais se queixaram da subida da tensão entre as comunidades muçulmanas e cristãs.

Segundo ainda Gaye, as prioridades da MINUSCA são, entre outras, a instauração das disposições do acordo de cessar-fogo, a realização de um inquérito sobre as violações dos direitos humanos e a cessação da impunidade.

O chefe da MINUSCA lembrou igualmente que a criação duma jurisdição nacional necessitará não só do apoio da MINUSCA, mas igualmente da comunidade internacional de maneira mais ampla.

« As necessidades humanitárias ainda são enormes, com dois milhões e 500 mil pessoas, ou seja, metade da população carente de assistência. Temos o dever moral de ficar mobilizados em redor da crise centroafricana e em redor do sofrimento da sua população », indicou Gaye.

A missão para a manutenção da paz vai começar as suas operações em quatro semanas com a transferência do poder para a missão africana de apoio internacional à República Centroafricana.

-0- PANA AA/VAO/BAD/IS/MAR/IZ 21ago2014