Agência Panafricana de Notícias

Ministro cabo-verdiano dos Negócios Estrangeiros esperado em Bissau

Praia, Cabo Verde (PANA) - O ministro cabo-verdiano dos Negócios Estrangeiros, Rui Figueiredo Soares, é esperado na próxima semana em Bissau para uma visita à Guiné-Bissau,  soube a PANA de fonte oficial.

De Bissau, Soares rumará para Dakar (Senegal), de acordo com a fonte.

O objetivo destas duas visitas é estabelecer contactos com autoridades oficiais dos dois países e visitar a comunidade cabo-verdiana residente em ambos os Estados, segundo a mesma fonte.

Num comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros e Comunidades referiu que a visita do titular desta pasta ao primeiro país vai ser ainda marcada pela inauguração de instalações da embaixada de Cabo Verde na Guiné-Bissau.

A 05 de fevereiro corrente, durante o ato de emposse do primeiro embaixador de Cabo Verde residente da Guiné-Bissau, Camilo Leitão da Graça, Rui Figueiredo Soares tinha afirmado que Cabo Verde quer reforçar a sua política de integração na Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO).

Vê a Guiné-Bissau como "parceiro para uma estratégia comum" na comunidade lusófona.

"Pelos laços de amizade entre os povos, os Governos e os Estados, sendo os dois países de língua portuguesa, será importante nós termos uma estratégia comum relativamente à CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental)", manifestou.

Segundo o chefe da diplomacia cabo-verdiana, os dois países têm as suas especificidades, mas todos pertencem ao mesmo espaço linguístico e cultural, que é a CPLP, e também a um espaço de vivência política comum, que é a CEDEAO.

Por isso, considerou que os dois países podem defender posições comuns na comunidade regional, como por exemplo, postos a serem ocupados, como a presidência dos órgãos e das instituições, ou mesmo no futuro a presidência da organização.

No que se refere ao Senegal, o o diplomata cabo-verdiano  recordou que este país  assumirá a presidência rotativa da União Africana (UA) para o período 2022-2023, após uma escolha unânime dos 55 Estados-membros da organização pan-africana, reunidos em cimeira no último fim de semana.

A candidatura do Senegal foi apresentada em bloco pelos países da CEDEAO, de que fazem parte os lusófonos Cabo Verde e Guiné-Bissau, após as desistências das candidaturas do Gana e do Togo.

A diplomacia cabo-verdiana foi uma das principais entusiastas da candidatura do Senegal à presidência da União Africana, com o ministro dos Negócios Estrangeiros cabo-verdiano a manifestar a expetativa de que a escolha daquele país  possa beneficiar a integração regional do arquipélago.

"O Senegal é um parceiro próximo de Cabo Verde, com quem temos relações excelentes. o Presidente Macky Sall (Senegal) tem dado muito apoio à política de integração de Cabo Verde e será uma boa experiência e uma boa notícia para Cabo Verde", disse Rui Figueiredo Soares.

Antes de conhecida a escolha para a presidência rotativa da União Africana, feita com um ano de antecedência, devendo os países manifestar a sua vontade de assumir o cargo.

A escolha, em regra, respeita critérios de representação geográfica.

O Senegal irá suceder na presidência à República Democrática do Congo (RDC), cujo Presidente, Félix Tshisekedi, assumiu no fim de semana, oficialmente, a liderança rotativa da organização.

Félix Tshisekedi recebeu a passagem de testemunho do chefe de Estado da África do Sul, Cyril Ramaphosa, numa cerimónia decorrida num formato misto presencial e virtual.

-0- PANA CS/DD 10fev2021