Agência Panafricana de Notícias

Ministro belga compara Congolesas violadas na RD Congo com mulheres Yezidis no Iraque

Bruxelas, Bélgica (PANA) - O ministro belga da Cooperação, Alexander de Croo, comparou o rumo das Congolesas violadas em Kivu, no leste da República Democrática do Congo (RDC) com o das mulheres Yezidis no Iraque, raptadas, violadas e vendidas por grupos armados islamitas pertencentes ao Estado Islâmico (Daesch).

O governante belga fez esta comparação face à imprensa, no termo de uma audiência concedida sexta-feira última ao médico-diretor do Hospital de Panzi em Kivu, Denis Mukwege, que operou, em 20 anos, cerca de 40 mil Congolesas vítimas das violações coletivas perpetradas por grupos armados opostos ao Governo congolês, e alguns financiados pelo Rwanda vizinho.

Laureado do Prémio Andrei Sakharov em 2014, concedido pelo Parlamento Europeu, Mukwege está na Bélgica para assistir à apresentação dum filme documentário intitulado "O Homem que Repara as Mulheres, a Ira de Hipócrata" realizado por Thierry Michel e por uma jornalista, Colette Braeckman.

Durante a sua reunião com o ministro belga da Cooperação, Denis Mukwege evocou a situação dos direitos humanos e violências sexuais no leste da RD Congo.

"Ele leva a cabo um combate arriscando a sua própria vida. Devemos continuar a colaborar com a comunidade internacional para ajudarmos Denis Mukwege e o Hospital de Panzi a continuarem o seu trabalho", concluiu Alexander de Croo, no final do encontro.

O ministro belga da Cooperação será recebido, a 15 de abril, no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) onde apresentará um relatório sobre a situação na RD Congo, nomeadamente com base na sua reunião com Denis Mukwege.

-0- PANA AK/IS/IBA/MAR/DD 05abril2015