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Ministra angolana destaca crescimento da economia de Angola em Genebra

Luanda, Angola (PANA) - A ministra angolana da Ciências e Tecnologia, Maria Cândida Teixeira, destacou, terça-feira, em Genebra (Suíça), o crescimento da economia angolana e os esforços que o Governo tem envidado, para estabelecer uma correlação com o desenvolvimento científico e tecnológico do país.

A ministra intervinha no debate geral do segmento de alto nível do Conselho Económico e Social das Nações Unidas, sob o tema “Ciência, Tecnologia e Inovação (CTI), o Potencial da Cultura para promover o Desenvolvimento Sustentável e a realização dos Objetivos do Desenvolvimento do Milénio (ODM)”.

Sublinhou a aprovação em Angola de instrumentos que orientam e regulam a atividade da CTI, nomeadamente a Politica Nacional da CTI, a estratégia Nacional da CTI e o Mecanismo de Coordenação do Sistema Nacional da CTI.

Indicou que, após alcançar a paz, Angola, em pouco tempo, deu passos decisivos em termos de estabelecimento do ensino superior, médio e de base, salientando que mais seis milhões de crianças têm hoje acesso ao ensino geral e que mais de 60 instituições de ensino superior funcionam em todo o país, acolhendo mais de 150 mil estudantes, neste subsistema de ensino, o que, disse, corresponde a mais de 480 milhões de dólares americanos de investimento.

Segundo a governante, outros investimentos do Governo Angolano prendem-se com o desenvolvimento da área das telecomunicações, mormente a cobertura da rede móvel em 73 porcentio, acima da média da região Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) que é de 60 porcento.

Referiu-se igualmente ao número de usuários da rede móvel que é de cerca de 14 milhões e 500 mil, enquanto o número de utilizadores da rede móvel de Internet é de aproximadamente três milhões.

Em termos de desafios, afirmou Maria Cândida Teixeira, a Política Nacional da CTI orienta ainda que o conhecimento acumulado e os avanços tecnológicos observados ao longo do tempo devem servir de base para se ir ao encontro das preocupações atuais da sociedade e, ao mesmo tempo, devem habilitar-se a dar resposta aos desejos e anseios das gerações futuras e responder adequadamente aos efeitos negativos resultantes das alterações climáticas, de doenças endémicas, de desastres naturais e outras preocupações ambientais, o que atribui, disse, à CTI em Angola um papel fundamental na promoção do desenvolvimento sustentável.

Nesta ordem de ideias, prosseguiu, por iniciativa do Governo alemão, está em curso uma parceria regional entre Angola, a África do Sul, o Botswana, a Namíbia e a Zâmbia, que visa criar um Centro da África Austral para a Ciência e Serviços para a Adaptação às Alterações Climáticas e o Uso Sustentável dos Solos (SASSCAL).

“Em termos de cooperação científica e tecnológica bilateral, Angola e a África do Sul financiam, em conjunto, projetos de investigação científica, sendo que, em 2011, foram aprovados sete projetos e, neste momento, estão a ser avaliados 22 projetos”, afirmou a ministra angolana, acrescentando que o valor total até aqui aplicado no financiamento conjunto perfaz cerca de dois milhões de dólares americanos.

Por outro lado, ela informou que Governo angolano lançou, no início deste ano, um Plano Nacional de Formação de Quadros, avaliado em cerca de três milhões e 330 mil dólares americanos para apoiar o desenvolvimento qualitativo do potencial humano do país, condição essencial, a seu ver, para a sustentabilidade do desenvolvimento económico, social e institucional, assim como a inserção competitiva da economia angolana a nível internacional.

Assim, afirmou, cerca de quatro mil mestres e doutores deverão ser formados entre 2013 e 2020 para reforçar o Subsistema de Ensino Superior e o Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação.

“O Governo de Angola tem envidado esforços na identificação de jovens talentos. O número de inventores/criadores identificados passou de 16 em 2009 para 148 em 2013”, sublinhou.

Disse que, com o alcance e a consolidação da paz, Angola tem vindo a criar condições necessárias para a transição para uma economia diversificada, dando-se destaque ao desenvolvimento do setor da indústria e a produção agropecuária, considerados como fundamentais para o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM), particularmente no que concerne à redução significativa da fome e da pobreza.

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