Agência Panafricana de Notícias

MINUAD considera prioritário gozo de frutos de paz pelo povo de Darfur

Cartum, Sudão (PANA) - O chefe da Missão Conjunta das Nações Unidas e da União Africana em Darfur (MINUAD), Ibrahim Gambari, considerou que a prioridade deverá ser a concessão dos frutos da paz ao povo desta região ocidental do Sudão.

Citado num comunicado divulgado quarta-feira em Cartum, Gambari disse que a missão se concentrará cada vez mais na realização de um acordo de paz global e na concessão ao povo de Darfur dos benefícios da paz.

Indicou que a MINUAD vai trabalhar para o reforço do Documento de Doha para a Paz em Darfur (DDPD), assinado entre o Governo do Sudão e um dos movimentos rebeldes, agrupando mais movimentos armados em torno do processo de paz.

"A nossa prioridade é o processo de paz. Um acordo foi assinado a 14 de julho. O ideal é ter-se um acordo de paz global. Todavia, não podemos sentar-nos e cruzar os braços. Temos de fazer com que mais movimentos armados se juntem a nós. O MLJ (Movimento de Libertação e Justiça) é o primeiro pronto", disse Gambari, referindo-se à assinatura por este movimento de um acordo de paz com o Governo do Sudão.

O comunicado indica que um dos principais objetivos da visita de Gambari ao Egito é encontrar um acordo sobre o papel crucial da Liga dos Estados Árabes na aceleração dos esforços de restabelecimento e de desenvolvimento em Darfur.

Gambari falou um pouco a jornalistas de um comunicado conjunto divulgado pela Liga e pela MINUAD sobre o acordo comum relativo ao desenvolvimento em 12 meses, em parceria com o Governo sudanês, de 12 aldeias padãos suscetíveis de acolher cada uma pelo menos 12 mil repatriados em Darfur.

Cada aldeia padrão terá três componentes de desenvolvimento, designadamente infraestruturas básicas, serviços sociais e humanitários, bem como a criação de meios de subsistância para os necessitosos.

Afirmou que o objetivo da iniciativa tripartida é propor ao povo de Darfur os frutos da paz a fim de criar um ambiente propício a um paz duradoura nesta conturbada região sudanesa.

Sublinhou que centenas de milhares de Darfurenses comuns, que viveram nos campos de Pessoas Deslocadas Internas (PDI) durante anos, estão fartos da guerra e que os movimentos armados estão a ficar cada vez mais isolados.

"Acreditamos que não pode haver solução militar em Darfur. Se pudesse haver uma tal solução, ela teria sido encontrada há muito tempo", concluiu Gambari.

-0- PANA MO/VAO/AKA/AAS/SOC/CJB/DD 08set2011