Agência Panafricana de Notícias

Metade de crianças deixam de ser amamentadas antes dos seis meses em Cabo Verde

Praia, Cabo Verde (PANA) – Cerca de 50 porcento das crianças cabo-verdianas deixam de ser amamentadas antes dos seis meses, o que contraria as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) para o aleitamento materno exclusivo até essa idade, revelam os resultados de um estudo a que a PANA teve acesso na cidade da Praia.

O inquérito mostra que apenas 8,2 porcento das crianças dos agregados familiares abrangidos pelo estudo foram alimentadas exclusivamente por leite materno nos primeiros seis meses de vida, enquanto 48,8 porcento foram amamentadas por um período inferior.

Apenas 30,5 porcento amamentou exatamente durante seis meses e oito porcento por um período superior a seis meses, sendo este dado superior no meio rural que no meio urbano, precisam os dados do Inquérito Multiobjectivo Contínuo (IMC).

Da autoria do Instituto Nacional de Estatística (INE), o estudo, que analisou também as práticas relacionadas com a alimentação, constatou que as crianças em Cabo Verde fazem em média 3,9 refeições por dia, sendo que 34,5 porcento faz três e 24,2 porcento quatro.

Também constatou-se que oito porcento das crianças dos agregados familiares inquiridos fazem apenas uma a duas refeições diárias, o que é manifestamente inferior àquilo que é recomendado.

Os dados demonstraram ainda que, no meio urbano, 50 porcento das crianças fazem quatro a cinco refeições, enquanto que no meio rural 45,6 porcento fazem três refeições diárias.

Em relação aos principais alimentos consumidos nas três refeições do dia (pequeno-almoço, almoço e jantar), concluiu-se que os produtos lácteos, consumidos particularmente no pequeno-almoço (73,4 porcento) e o arroz, que é mais consumido no almoço (64,2%) são os produtos mais consumidos.

No que se refere à água, 31,5 porcento das crianças, com maior incidência no meio rural, consomem água sem nenhum tratamento, ou seja, engarrafada ou que sofreu tratamento adequado com lixívia ou foi fervida antes de consumida.

Sobre as crianças de zero a seis anos, o inquérito analisou também o papel dos pais no desenvolvimento cognitivo e social das crianças, os constrangimentos familiares e o tempo que eles dedicam às crianças.

Outros indicadores analisados foram o comportamento dos pais quanto ao carinho/afeto que manifestam aos seus filhos e face ao estado de saúde das crianças e bem como as suas perceções em relação à exposição dos perigos que ameaçam os filhos.

As informações fornecidas por este estudo são considerados de grande utilidade para planear as intervenções previstas no âmbito do Programa Nacional de Apoio à Pequena Infância.


-0- PANA CS/IZ 11maio2014