Agência Panafricana de Notícias

Medianeiro da CEDEAO na crise maliana já em Bamako

Bamako, Mali (PANA)  -  O medianeiro da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) na crise sociopolítica, no Mali, Goodluck Jonathan, encontra-se desde segunda-feira, em Bamako, anunciou o Ministério maliano dos Negócios Estrangeiros e Cooperação Internacional.

O ex-Presidente da Nigéria, acompanhado por uma forte delegação, foi acolhido no aeroporto internacional Modibo Keita-Senou pelo ministro maliano dos Negócios Estrangeiros e Cooperação Internacional, Tiéblé Dramé.

De acordo com a mesma fonte, a delegação da CEDEAO está na capital maliana, no quadro do acompanhamento da aplicação das recomendações formuladas no termo da última cimeira extraordinária dos chefes de Estado da organização sub-regional sobre a crise maliana, realizada a 27 de julho último por visioconferência.

Numa declaração à sua chegada a Bamako, Goodluck Jonathan indicou que « os Malianos devem  dirigir-se para a mesma direção a fim de enfrentar os múltiplos desafios atuais como a paz, a segurança, a educação ou ainda a saúde”.

Lembre-se que o ex-Presidente da Nigéria e sua delegação estiveram de 15 a 19 de julho último, em Bamako, onde se reuniram com todos os atores da crise maliana (Governo, oposição e sociedade civil), antes de fazer propostas de resolução da crise como a reconstituição do Tribunal Constitucional, a formação dum Governo de União Nacional, a realização das eleições legislativas parciais nas circunscrições  onde os resultados da segunda volta são objeto de protestos.

Estas propostas foram aprovadas pela cimeira extraordinária dos chefes de Estado da organização sub-regional, mas rejeitadas pelo Movimento de 5 de Junho-Mobilização das Forças Patrióticas (M5-RFP), principal ator dos protestos contra o Presidente Ibrahim Boubacar Kéita e o seu regime que acusa de incompetência na gestão do país em crise,  há vários anos.

A oposição continua a reclamar pela demissão do Presidente Kéita e do seu regime, pela instalação dum Governo de Transição com um primeiro-ministro consensual, pela dissolução da Assembleia Nacional e pela abertura dum inquérito independente sobre os massacres durante as manifestações  de sexta-feira, 10 de julho, e dos dias seguintes contra o poder instituído, iniciadas pelo M5-RFP, constituído por partidos políticos da oposição e uma maior parte da sociedade civil.

-0- PANA GT/JSG /FK/IZ 11agosto2020