Agência Panafricana de Notícias

Marrocos descarta regresso à União Africana

Addis Abeba, Etiópia (PANA) – Marrocos descartou quinta-feira, em Addis Abeba, qualquer intenção de reintegrar a União Africana (UA) enquanto esta mantiver o Sara Ocidental no seu seio como membro de pleno direito.

De acordo com Mbarka Bouaida, ministra marroquina delegada dos Negócios Estrangeiros, enquanto a UA não mudar de posição nessa matéria, o reino de Marrocos também continuará firme na sua decisão de não voltar.

“As razões que levaram à saída de Marrocos continuam intactas, nomeadamente o reconhecimento da Frente Polisário, pelo que o país não preconiza o seu regresso à UA enquanto organização”, declarou Bouaida numa entrevista concedida à PANA na cpital etíope.

Segundo ela, o Governo marroquino considera que o reconhecimento concedido pela União Africana ao Sara Ocidental constitui uma violação clara das normas do Direito Internacional, uma vez que não se trata de um Estado soberano muito menos preenche os requisitos para o reconhecimento internacional.

Mbarka Bouaida chefia uma delegação do Governo marroquino que se encontra em Addis Abeba no quadro da 22ª cimeira ordinária da UA iniciada esta quinta-feira.

Porém, esclareceu que o objetivo da sua delegação não é participar nos trabalhos da cimeira da UA mas aproveitar a presença dos diferentes países participantes para manter contactos no quadro das relações bilaterais.

“Não estamos aqui para participar na cimeira, mas para prosseguir uma agenda de ordem bilateral, para nos encontrarmos com o maior número possível de países irmãos e amigos”, disse.

Reforçou que Marrocos evolui numa configuração regional, priorizando África, e que a presença da sua delegação em Addis Abeba durante uma cimeira da UA permite dar corpo a esta prioridade que o país atribui ao continente e fazer chegar a sua “voz africana”.

Sobre o diferendo que opõe Marrocos à Argélia em torno do Sara Ocidental, ela explicou que este processo está nas mãos das Nações Unidas, que já instaram as duas partes a chegar a “um compromisso mutuamente aceitável”.

“Nós já formulamos a nossa proposta, e continuamos à espera que a outra parte responda o que ainda não aconteceu”, concluiu.

-0- PANA IZ 30jan2014