Agência Panafricana de Notícias

Mais de metade de Cabo-verdianos hesita em emigrar-se

Praia, Cabo Verde (PANA) – Mais da metade da população de Cabo Verde (57 por cento) pondera a hipótese de se emigrar, segundo resultados de um estudo feito pela Afrobarometer, uma instituição pan-africana de pesquisas de opinião pública nacional sobre democracia, governação e sociedade.

De acordo com o referido estudo, divulgados terça-feira ultima, à pergunta "Com quê frequência pensa em mudar-se para outro país para viver?", 37 por cento dos inquiridos responderam que têm pensado “muito” em emigrar-se, e 20 por cento já pensaram "algumas vezes" nessa possibilidade.

Por outro lado, 42 por cento da população não pondera esta decisão como perspetiva de futuro.

No caso dos jovens da faixa etária dos 18 aos 25 anos de idade, no início da vida ativa, 53 por cento consideram “muito” a hipótese de mudarem para um outro país.

O estudo quis saber em que estado estão os planos para se viver fora de Cabo Verde e seis por cento dos inquiridos responderam que se preparam para sair do arquipélago cabo-verdiano, 19 por cento hesitam em fazê-lo dentro de um ou dois anos, 32 por cento ainda não tem planos concretos.

No que diz respeito ao destino, 66 por cento dos Cabo-verdianos que pretendem sair do país preferem instalar-se na Europa, 28 por cento na América do Norte. quatro por cento preferem outro país ou região.

Como causas para uma possível emigração, e sem surpresa, os dados do estudo da Afrobarometer apontam que os Cabo-verdianos querem emigrar-se para trabalhar (64 por cento), sair da pobreza (15 por cento) e estudar (quatro por cento).

Apesar de 57 por cento dos inquiridos considerarem a hipótese de se mudar para um outro país, quando questionados sobre a livre circulação através das fronteiras, 50 por cento são de opinião que esta deve ser limitada. 

Por outro lado, 59 por cento dizem ser “difícil” ou “muito difícil” cruzar fronteiras internacionais para trabalhar ou negociar.

O estudo da Afrobarometer foi realizado em 34 países. Além dos Cabo-verdianos, a população de São Tomé e Príncipe (54 por cento), da Serra Leoa (57 por cento), da Gâmbia (56 por cento) e do Togo (54 por cento) pensam frequentemente em mudar-se para um outro país a fim de  viver.

Em Moçambique, esta percentagem baixa para 28 por cento.

Segundo o estudo, entre os que alguma vez perspetivam emigrar-se, cerca de três por cento da população total afirma estar a fazer preparativos para se mudar, com as maiores proporções a registarem-se no Zimbabwe e no Lesoto.

A Europa (27 por cento) e a América do Norte (22 por cento) são os destinos mais populares fora do continente africano.

-0- PANA CS/DD 28março2019