Agência Panafricana de Notícias

Mais de 70 mil crianças em perigo de morte na Somália

Nairobi- Quénia (PANA) -- Mais de 70 mil crianças vítimas da desnutrição aguda correm um perigo de morte por causa dos confrontos armados prevalecentes na Somália, revelou sexta-feira um comunicado do Governo somalí.
Estes menores fazem parte dum universo de 285 crianças afectadas pela crise humanitária na Somália, de acordo com a mesma fonte.
O país está confrontado com a sua pior crise humanitária desde há décadas, na sequência de longos meses de combates em Mogadíscio, a capital, e noutras partes do país, aumentar os riscos de epidemias, diz a nota.
"As autoridades sanitárias somalís, com o apoio da comunidade internacional e de agências humanitárias, decidiram fornecer a cada criança somalí os tratamentos e as medidas preventivas necessárias para garantir a sua sobrevivência e saúde", indica o texto.
As crianças são as que mais sofrem enquanto a Somália está confrontada com a sua pior crise humanitária desde há duas décadas, lê-se na nota.
De acordo com um recente relatório da Unidade de Análise sobre a Segurança Alimentar e Nutrição na Somália, cerca de 285 mil crianças menores de cinco anos de idade na Somália são desnutridas, dos quais 70 mil padecem duma desnutrição severa e correm o risco de morrer se não beneficiarem de um tratamento e de uma assistência adequados.
"No decurso do ano 2008, cerca de 10 mil crianças vítimas de desnutrição aguda receberam um tratamento médico e nutrimental em todas as regiões da Somália.
Actualmente, cerca de 85 mil desnutridas recebem cada mês um tratamento, além dos 130 mil meninos vulneráveis beneficiárias de intervenções nutrimentais para prevenir a desnutrição aguda", indica o comunicado.
"No entanto, com a escalada dos combates e da insegurança no país, assegurar estes serviços torna-se cada vez mais difícil e oneroso.
Lançamos um apelo aos membros da comunidade internacional para que reforçem os seu apoio na vertente humanitária da crise que atravessa actualmente o país, a fim de aliviar os sofrimentos crescentes das crianças e das mulheres da Somália", disse o Governo.
O comunicado convida igualmente todas as comunidades a facilitarem e garantirem a segurança das prestações dos serviços essenciais às populações vulneráveis.