Agência Panafricana de Notícias

Mais de 30 mil casos de cólera no sudeste da RD Congo

Kinshasa, RD Congo (PANA) - Cerca de 30 mil casos de cólera foram registados em Katanga, no sudeste da República Democrática do Congo (RDC), dos quais cerca de sete mil em 2012, 14 mil em 2013 e mais de nove mil em 2014, indicou o chefe adjunto da informação pública no Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários das Nações Unidas no país (OCHA).

Sylvestre Ntumba Mudingayi, que falava quarta-feira durante um briefing semanal da ONU, disse que a cólera causou, durante este período, a morte de 843 pessoas em Katanga, adiantando que em 2013 Lubumbashi, a capital da província, registou cerca de 50 porcento dos casos locais.

Apesar dos esforços dos peritos envolvidos na luta, a epidemia enfrenta dificuldades devido a numerosos fatores, nomeadamente o fraco acesso à água potável, a instalações higiénicas, o desconhecimento das regras de higiene, a fraqueza do sistema sanitário, bem como a ausência de parceiros na assistência e na prevenção por falta de financiamento em algumas zonas.

Ntumba Mudingayi afirmou que 2015 arranca mal, visto que cinco zonas de saúde já registaram mais de mil e 520 casos, dos quais 35 mortes durante as sete primeiras semanas deste ano.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), se a tendência atual persistir 2015 poderá aproximar a situação de 2013.

A chuva é igualmente um fator agravante e desde o início do ano várias zonas estão afetadas por inundações. As latrinas inundadas sujam os poços, rios e outras frontes e as intempéries degradam as estradas e limitam o acesso, tornam difícil a supervisão das atividades em algumas zonas de saúde.

Em Katanga, menos de 35 porcento das famílias têm acesso à água potável e apenas cinco porcento usam casas de banho melhoradas.

Um Plano Estratégico Multisetorial de Eliminação da Cólera na RD Congo para o período 2013-2017 foi elaborado e a sua aplicação efetiva necessita de 157 milhões de dólares americanos para levar a cabo ações em cinco eixos, nomeadamente o reforço das medidas de prevenção, a instauração de intervenções ligadas ao acesso à água potável, a higiene e o seneamento, a assistência médica dos casos, o reforço da coordenação e da comunicação em redor da luta contra a cólera.

-0- PANA KON/TBM/SOC/MAR/TON 05março2015