Agência Panafricana de Notícias

MSF vacina 115 mil refugiados burundeses e congoleses na Tanzânia contra cólera

Abidjan, Côte d'Ivoire (PANA) - A organização humanitária "Médicos Sem Fronteiras (MSF)" vai vacinar contra a cólera, este mês, 115 mil refugiados burundeses e congoleses que vivem na Tanzânia, anunciou a instituição num comunicado chegado à PANA terça-feira.

A campanha de vacinação em massa, que arrancou sábado passado no campo de refugiados de Nyarugusu, onde 55 mil pessoas receberam doses de vacinas contra a cólera, vai continuar durante esta semana.

No interior do campo, a MSF construiu um centro de tratamento da cólera com uma capacidade de 50 camas inteiramente funcionais e a possibilidade de alargamento até 150 camas, se necessário. As suas equipas empreendem igualmente atividades de sensibilização.

No distrito vizinho de Kigoma, a MSF tem igualmente um sítio preparado para um outro centro de tratamento da cólera dotado de armazenamentos médicos e logística para casos de necessidade.

Em Kagunga, um sítio de trânsito de refugiados a quatro horas de barco de Kigoma, a MSF instalou um outro centro de tratamento da cólera de 25 camas no quadro do seu plano de medidas de emergência.

Segundo a coordenadora dos socorros de emergência de MSF na Tanzânia, Rachel Mardsen, a situação continua extremamente precária no campo de Nyarugusu com riscos elevados de surto duma outra epidemia de cólera.

O fluxo maciço de refugiados burundeses em maio passado dereriorou os serviços de água nos campos onde os refugiados utilizam em média 11 litros de água por dia e por pessoa e acima das normas de emergência estabelecidas.

Segundo os dados oficiais, houve três mil e 86 casos de cólera incluindo 34 mortos.

A campanha é levada a cabo em coordenação com o Ministério tanzaniano da Saúde, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) e a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Há 56 mil e 641 refugiados burundeses na Tanzânia, segundo dados do ACNUR, na sua maioria a viverem no campo de Nyarugusu. Pelo menos 64 mil refugiados da República Democrática do Congo (RDC) vivem igualmente neste campo.

-0- PANA BAL/BEH/MAR/IZ 24junho 2015