Agência Panafricana de Notícias

MSF condena pilhagem de suas infraestruturas no Sudão do Sul

Cartum, Sudão (PANA) - A Organização Não Governamental (ONG) Médicos Sem Fronteiras (MSF) condenou o que qualifica de "pilhagem das suas infraestruturas" em Bentiu, a capital do Estado de Unity, no Sudão do Sul, indica um seu comunicado transmitido à PANA sexta-feira última.

De acordo com o comunicado, a MSF, uma das raras organizações presentes no local para assistir pessoas deslocadas internas e feridas, “condena com vigor a pilhagem de infraestruturas cometida quinta-feira" última em Bentiu.

Esta pilhagem compromete as operações da MSF em Bentiu e a resposta humanitária à violência em curso, lê-se na nota.

“Não é aceitável que uma das organizações humanitárias, ainda no terreno para socorrer as populações em Bentiu, seja objeto de ataques”, indica o comunicado que cita o seu diretor-geral.

“MSF exorta todas as partes em conflito a respeitarem a integridade das estruturas médicas, a facilitarem o acesso às comunidades atingidas e permitirem aos pacientes o acesso às estruturas médicas, independentemente das suas origens e da sua etnia”, acrescentou.

De acordo com o texto, a MSF está presente em Bentiu desde 2010 e, antes do conflito, a organização distribuía cuidados contra a TB, o HIV/Sida e víveres às comunidades locais.

Depois do início do conflito, a organização esforçou-se para fornecer cuidados pós-operação num hospital aos feridos e primeiros socorros às pessoas deslocadas que se refugiaram nas instalações da Organização das Nações Unidas (ONU).

“A MSF não poderá retomar as suas operações tão vitais em Bentiu, enquanto não for garantida a segurança dos nossos pacientes, do nosso pessoal e das infraestruturas”, sublinhou o comunicado.

Ela teve de realojar as suas equipas, quarta-feira última, em Leer, por causa da deterioração da situação de segurança onde seus médicos assitiram os seus colegas no hospital, dirigido há 25 anos pela MSF.

“Milhares de pessoas fugiram da cidade na última hora, abandonando tudo. Estamos a fazer o que podemos para ver se elas têm acesso à água, à alimentação e aos cuidados médicos na estrada que entre Bentiu e Leer, e trabalhamos no sentido de ajudar os mais desfavorecidos”, acrescentou.

-0- PANA MO/VAO/ASA/AAS/SOC/CJB/DD 13jan2014