Agência Panafricana de Notícias

Liga Árabe pede à ONU reconhecimento do Conselho Nacional de Transição na Líbia

Cairo, Egito (PANA) – Os ministros dos Negócios Estrangeiros da Liga dos Estados Árabes (LEA) pediram à Organização das Nações Unidas (ONU) o reconhecimento do Conselho Nacional de Transição (CNT) como representante legítimo da Líbia nesta organização mundial.

Esta proposta foi formulada durante uma reunião extraordinária da LEA sobre a situação na Líbia e na Síria este domingo na sede da organização no Cairo, capital egípcia.

No termo deste encontro, a LEA reconheceu o CNT como o único representante legítimo do povo líbio e pediu à ONU e aos países interessados para desbloquear os haveres líbios para os entregar ao CNT "que precisa desesperadamente duma ajuda financeira para socorrer as zonas em guerra do país, restabelecer os serviços e reconstruir este país destruído pela guerra".

Este posicionamento da LEA contraria o da União Africana (UA) que, durante a sua recente cimeira extraordinária sobre a Líbia, se abste de reconhecer a legitimidade do CNT como representante dos Líbios.

No Cairo, representado pelo seu primeiro-ministro Mahmoud Jibril, o CNT agradeceu à Liga Árabe pelo « seu apoio à destituição de Kadafi », durante a aprovação da resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas que autorizou a intervenção da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) para proteger os civis dos ataques das tropas de Kadafi.

Os ministros árabes não discutiram sobre o futuro de Muamar Kadafi ou os meios potenciais para negociar com o líder líbio cujo paradeiro continua incerto.

Sobre a Síria, os diplomatas árabes, ao condenar com firmeza a repressão pelas forças do Presidente Bashar El Assad dos manifestantes nestes país árabo-asiático, decidiram enviar para o país o secretário-geral da Liga Árabe, o Egípcio Nabil Al-Araby.

A Liga Árabe, que exprimiu este domingo num comunicado oficial a sua «profunda preocupação face aos milhares de vítimas na Síria », uma das mais sangrentas revoluções da chamada "Primavera Árabe", condenou igualmente «o uso da força contra as revoltas ».

A Síria, cujo ministro dos Negócios Estrangeiros não esteve presente na reunião do Cairo, é objeto de sanções norte-americanas e europeias estando ao mesmo tempo sob a ameaça doutras sanções internacionais pela repressão de manifestantes pacíficos determinados a pôr termo a mais de 40 anos de liderança da família El Assad.

A Rússia e a China opuseram-se até ao presente a outras medidas internacionais contra o regime El Assad, ameaçando opor um veto às resoluções projetadas pelo Conselho de Segurança.

A Liga Árabe pediu ao Presidente sírio para respeitar as reivindicações legítimas do seu povo e proceder às reformas políticas e económicas necessárias, a fim de poupar as vidas dos seus cidadãos e ao mundo árabe uma outra intervenção estrangeira.

-0- PANA MI/BOS/FJG/SSB/FK/IZ 28agosto2011